Estreia do grupo H

Mais uma virada: Bélgica espanta a zebra e bate a Argélia

Argelinos saíram na frente e aguentaram a pressão até quase metade da etapa final, mas prevaleceu a técnica belga sobre a aplicação tática dos africanos

DENNIS SABANGAN/EFE

Sufoco! Dries Mertens comemora o gol da virada belga no Mineirão

Não foi desta vez que a zebra passeou nos gramados do Mineirão, em Belo Horizonte. A Argélia saiu na frente da Bélgica na primeira partida do Grupo H, mas não aguentou a pressão dos Diabos Vermelhos e cedeu a virada, com bela atuação de Hazard no segundo tempo.

Bélgica e Argélia abriram a última chave da Copa do Mundo com expectativas bem distintas para cada um. Enquanto os europeus chegaram ao Brasil como candidatos à sensação da competição, em função da boa campanha nas eliminatórias e do talento de muitos jogadores, a equipe africana entrava no gramado para tentar uma campanha melhor que a realizada em 2010. No último Mundial, os africanos conseguiram um empate e duas derrotas, sem marcar um gol sequer.

Nos primeiros minutos, já era possível ver a eficiência da marcação do time alviverde, que não deixava os Diabos Vermelhos chegarem próximos à área. Dificultando a transição belga para o meio de campo, a Argélia só viu a bola chegar na meta aos 20 minutos, quando Axel Witsel encontrou um raro espaço e chutou forte, com Rais M’Bolhi espalmando.

Três minutos depois, a surpresa. Em um contra-ataque puxado por Faouzi Ghoulam, Jan Vertonghen puxou Sofiane Feghouli pelo braço esquerdo na área. Mais um daqueles pênaltis que é necessário ver se o defensor usou força suficiente para derrubar o rival, mas o árbitro não teve dúvidas. Aos 24, Feghouli bateu no meio do gol, e Courtois caiu para o lado direito, nem vendo a redonda passar.

A Bélgica tentou reagir utilizando finalização de longa distância para tentar furar a sólida defesa rival. As poucas tentativas de se aproximar da grande área eram rechaçadas pela defesa, exceção feita a um lance que ocorreu aos 42, quando o até então sumido meia-atacante Eden Hazard deu um bom passa para Chadli. O meia do Tottenham chutou cruzado e sem muita força, com M’Bolhi fazendo fácil defesa.

Os belgas voltaram com uma mudança para a etapa final, com Chadli dando lugar a Dries Mertens. Logo no início, foi possível perceber o efeito da substituição, com a seleção vermelha chegando mais perigosamente ao gol de M’Bolhi. Mas quem levou mais perigo novamente foi o time da Argélia, com Carl Medjani cabeceando perto da trave após cobrança de escanteio do lado esquerdo.

Aos poucos, os europeus foram tomando terreno e, mesmo assim, o técnico Marc Wilmots mexeu de novo para tentar evitar o pior. Aos 12, Lukaku saiu para a entrada de Divock Origi e Moussa Dembelé foi substituído por Marouane Fellaini, aos 20.

A pressão belga aumentou, a despeito de toda a aplicação tática dos bravos argelinos. Aos 23, Origi perdeu chance incrível ao finalizar na saída do goleiro Rais M’Bolhi, que fez uma boa defesa. O tento de empate chegou aos 25, quando Eden Hazard avançou pela esquerda e recuou para Kevin De Bruyne, que lançou com perfeição na área para Fellaini cabecear e marcar.

Aos 34, a virada que se tornou épica pelo contexto da partida veio com um contra-ataque puxado por Eden Hazard, que lançou Dries Mertens na direita do ataque. Ele finalizou com força, fazendo a festa da torcida vermelha. Mesmo com a vantagem, os belgas chegaram mais uma vez em um lance que pode ser considerado a defesa mais difícil da competição até agora. Outra vez, Hazard, que se adonou do meio de campo da partida na segunda etapa, tocou para Alderweireld, que cruzou a Fellaini. Mesmo com a cabeçada à queima-roupa, Rais M’Bolhi fez a fantástica defesa.

Ao fim, o 2 a 1 fez justiça ao domínio de jogo belga, que prevaleceu durante quase todo o tempo, em especial no tempo final, mas é preciso destacar a Argélia, que soube se defender até o limite do que era possível. Mais uma boa partida da Copa.