Estratégia

Brasil 1 x 0 Sérvia – seleção prova o próprio veneno

Marcação pressão dificulta saída de bola brasileira e expõe problemas defensivos nas laterais do campo

SEBASTIÃO MOREIRA/EFE

Felipão deve mandar equipe da Copa das Confederações a campo contra a Croácia. E na segunda partida, será que mantém o time?

No último teste da seleção brasileira antes da estreia na Copa, Felipão deve ter ganho algumas pulgas a mais atrás da orelha. Isso em função da atuação de alguns atletas e também por um tipo de situação de jogo pelo qual a equipe não estava acostumada a passar.

A Sérvia, com suas duas linhas de quatro e por vezes com todos os jogadores atrás da linha de bola, se defendia bem como muitas outras equipes que o Brasil enfrentou e vai enfrentar, mas não se limitava a isso. Em diversos momentos da partida os sérvios usaram a marcação pressão que a equipe brasileira tanto gosta de fazer, e experimentar do próprio veneno foi algo que afetou a seleção.

Nesse cenário, o time teve problemas na saída para o jogo, perdendo algumas bolas na intermediária e oferecendo o contra-ataque aos rivais. Nesse aspecto, o destaque negativo foi Daniel Alves, desatento. No apoio, também não foi bem, abusando de um cacoete adquirido na seleção que é fazer o levantamento da bola na área longe da linha de fundo. Com a defesa alta da Sérvia, a estratégia só deu certo quando Thiago Silva fez o lançamento – que não foi a esmo, ao contrário dos lances do jogador do Barcelona.

Com Neymar bem marcado, sofrendo com faltas principalmente no primeiro tempo e sem um grande desempenho, a saída pelas laterais poderia ser uma opção, mas Marcelo não se apresentou ao ataque. Daí, uma outra dúvida: não se sabe se alguns atletas estão se poupando por conta dos cortes que têm assombrado as seleções que vão disputar o Mundial ou se é a condição física que está pesando, em especial no caso do lateral do Real Madrid.

Problemas no meio

Oscar, mais uma vez, não fez grande partida, sendo substituído por Willian na etapa final. Sua sorte é que o substituto não teve uma atuação brilhante, ainda que tenha se movimentado mais que o titular. Quem também não atuou bem e vive com uma sombra no banco foi Paulinho. O volante não apareceu no ataque como costuma fazer e falhou na cobertura dos laterais, problema que Felipão precisará corrigir. Fernandinho, que entrou em seu lugar na etapa final, foi bem e é uma opção real para a equipe.

Já Fred respirou mais aliviado. Mostrou categoria ao dominar no peito a bola vinda do meio de campo e, mesmo em disputa corpo a corpo com o zagueiro sérvio, fez o gol caindo, à semelhança do tento marcado contra a Espanha na Copa das Confederações. Se atacante vive de gol, ele aproveitou sua única oportunidade na peleja para cumprir seu ofício.

Agora, a condição física deve ser um fator determinante para dirimir as dúvidas que o treinador da seleção ainda tiver, mas a equipe que pega a Croácia na semana que vem deve ser a mesma que vem atuando há algum tempo. Já para o confronto contra o México, poucos têm cadeira cativa…

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