Um dia de cada vez

Abstinência de Copa: nove ideias para sobreviver a um dia sem jogo

Um dia, o Mundial acabará (nããããããããão!). Você pode se preparar para atenuar o impacto do final da competição ou aumentar a Copa-dependência.

Marcello Casal Jr./Agência Brasil CC-BY 3.0

Casal Mané Garrincha. Namorar pode ser uma boa para dia sem Copa. Recomenda-se ‘incluir o Fuleco fora desta’

Pela primeira vez em 15 dias, a Copa do Mundo 2014 faz um intervalo nesta sexta-feira (27). Depois da estreia, quando apenas uma partida foi disputada, foram três ou quatro jogos por dia. Para quem gosta de futebol, um prato cheio. Para quem pôde acompanhar várias das partidas, melhor ainda.

Mas, agora, é a primeira vez em que o fanático por futebol se lembra de que, um dia, o Mundial acabará (nããããããããão!). Se por um lado é bom ir se preparando para atenuar o impacto do final da competição, no nada longínquo 13 de julho, por outro ainda há tempo para aumentar a copa-dependência.

É preciso tomar providências porque a situação piora nas próximas semanas, com dois dias de intervalo a cada fase da competição.

A seguir, o Copa na Rede lista medidas para dias sem jogos. Escolha as suas.

1) Assistir a reprises de jogos de Copa

Pode exigir pesquisa na programação de TVs à cabo, para quem tem contratado esse tipo de serviço, ou negociar com o dono do botequim mais próximo a sintonização de um desses canais totalmente esportivos. Tem um que promete 14 reprises em dois canais; outro, 14 em três canais.

2) Brincar de Copa de faz de conta

Vale chamar uma pelada com os amigos, parar no botequim para uma disputa naquela mesa de pebolim (ou totó, dependendo da região) largada, um jogo de futebol de mesa… Até escolher uma das versões realistas em console de videogame pode ajudar. É lúdico e pode socializar. De repente, dar uma atenção pras crianças, meio abandonadas por certos pais (e mães) fervorosos adeptos da overdose de Copa.

3) Pensar ainda mais na Copa, no bolão, no álbum

Tem muito assunto para se inteirar e muito a se fazer. Primeiro, é preciso reorganizar os palpites do bolão. Na segunda fase, as esperanças de quem errou tudo se renovam, mas quem está liderando precisa manter o pique-Polvo Paul de ser. Aos mais cientificistas e menos adeptos da advinhação, há a possibilidade de promover as simulações de cruzamentos possíveis até a final. Ou analisar as variações estatísticas de cada equipe. Para quem prefere atividades lúdicas, colar aqueles três cromos que faltaram no álbum de figurinhas ou preencher a tabela que você ganhou do chaveiro são atividades importantes.

4) Protestar contra a Copa

As manifestações de junho de 2013 fizeram história. As de 2014 nunca chegaram a ser interrompidas. Mas os melhores dias para se protestar são aqueles sem jogos. O noticiário vai estar mais vazio. Muito veículo de mídia vai estar sem assunto… Hora de trazer à baila causas nobres, fugazes ou extemporâneas. E o melhor: nem o manifestante nem o policial que acompanha o protesto perdem a bola rolando.

5) Reabastecer a despensa e cozinhar o básico

Depois de 15 dias, não tem despensa que se mantenha abastecida. Para evitar o racionamento doméstico, é melhor ir no mercado providenciar alimentos e insumos. E enfrentar o fogão é importante para não passar a Copa toda à base de serviço de entrega, ou, pior (para o fígado), comendo só amendoim e tomando cerveja. Levante já desse sofá!

6) Telefonar para a família pra dizer que está tudo bem

Essa é para os trastes qualificados, a depender dos agravantes. É que, com tanto jogo na hora do expediente, tem gente emendando o jogo com a confraternização de fim de tarde e mal parando em casa. É a oportunidade de ver se tudo segue bem (a gente já sabe que o caráter do meliante que abandonou tudo pelo futebol vai mal). Para quem não abandonou tudo, valem versões mais comedidas porém autoexplicativas:

6a) Trocar aquela lâmpada que está queimada no corredor desde o dia 11 de junho.

6b) Acreditar no aviso da parceira ou do parceiro: “Hoje vai ter sexo em casa, com você ou sem você”.

Porque… né?

7) Pôr a papelada da firma em dia

No período em que, em muito escritório, o painel de indicadores chave de desempenho foi substituído pela TV sintonizada no jogo, seguramente algum relatório ficou pela metade. O balanço do mês está prestes a precisar ser fechado. Talvez a folha de pagamento ainda não tenha rodado. E é melhor evitar que o aperto venha num dia de jogo! Essa realidade de tudo meio parado por causa da Copa virou até piada para o Google, conhecido pela relativa liberalidade no trato com o pessoal.

8) Checar notícias do time do coração

No período da Copa, as notícias sobre os clubes brasileiros quase desaparecem. E as que são publicadas não recebem lá muita atenção dos leitores. O fato é que os times estão se reforçando, treinando e que o Brasileirão e a Copa do Brasil um dia recomeçarão. Tudo bem. É mesmo um pouco triste lembrar daquele perna de pau que veste a 9 no ataque do seu time depois de ver Messi e Robben jogarem — melhor não citar o Neymar porque a ferida dos santistas ainda é recente. Mas vale para lembrar que, ainda que o nível seja outro, existirá futebol depois da Copa.

9) Lembrar que existem outras modalidades esportivas

Futebol é legal. Copa, mais ainda. Mas tem muito mais esporte por aí. De cara, tem o aberto de tênis de Wimbledon, que será também transmitido pela TV por assinatura. Está em andamento o Campeonato Pan-americano de handebol masculino, no Uruguai, que qualifica para o Mundial do Catar (é a pátria em sete metros). A Liga Mundial de Vôlei Masculino vai ser retomada no dia 3 de julho (pátria em saque viagem?). O Vôlei de Praia está bombando na Noruega (é a pátria de óculos de sol!). A seleção brasileira de nado sincronizado disputa o “Espanha Sincro”, competição que promete mobilizar toda a atenção dos ibéricos — porque futebol não é a raia deles (é a pátria em maiô e touca).

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