Bicho solto

Pesquisadores pedem que Fifa ajude a preservar o tatu-bola

Grupo pede que, a cada gol marcado na Copa, mil hectares da Caatinga, um dos biomas onde vive o animal simbolizado pelo mascote da competição, seja preservado

O simpático tatu-bola pode desaparecer em breve

Por enquanto, ele não é campeão de público, nem de crítica. Mas, para quem não sabe, Fuleco, o mascote da Copa no Brasil, representa uma espécie que corre risco de extinção no país, o tatu-bola. E já que a Fifa, tão ciosa de seus próprios direitos de marcas e patentes, está usando a imagem do animal sem pagar nada, poderia também dar uma ajuda para que fosse preservado.

Pensando nisso, pesquisadores pediram em artigo publicado na revista “Biotropica: The journal of Tropical Biology and Conservation” que cada gol marcado na Copa do Mundo seja revertido em medidas de proteção ao animal. O objetivo é que a Fifa e o governo assegurem, a cada tento festejado no torneio, a transformação de mil hectares da Caatinga – um dos biomas onde vive o tatu-bola – em área de preservação ambiental.

A proteção do seu habitat, de acordo com cientistas, é a melhor forma de preservação. “É uma espécie que sente as alterações no ambiente. Se há desmatamento, queimada, expansão urbana ou de novas áreas de agricultura, ele desaparece, porque não suporta alterações ambientais”, explicou o secretário-executivo da Associação Caatinga, Rodrigo Castro, quando se constatou, em 2012, que o tatu-bola entrava na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), com o risco de extinção passando a ser considerado “muito alto”.

Além da expansão do sistema de parques e reservas na Caatinga, o grupo de pesquisadores pede que sejam honrados os investimentos estimados para a construção dos “Parques da Copa”, além da publicação do plano de ação para que a espécie seja conservada. Caso a Fifa aceite fazer parte da estratégia de preservação, os cientistas se comprometem a criar o Plano de Manejo do tatu-bola.