Em Brasília

Manifestações marcam estreia da Copa das Confederações. PM prende oito

Arredores do estádio Mané Garrincha são palco de protestos contra o gasto público e a expulsão de moradores

marcello casal jr./abr

Policiais militarem repreendem manifestantes com gás em Brasília

Os arredores do estádio Mané Garrincha, que sedia a partida inaugural da Copa das Confederações, estão sendo palco de manifestações contra o elevado gasto público em obras para o evento e a expulsão de moradores em várias cidades-sedes.

A Polícia Militar (PM) do Distrito Federal informou que oito manifestantes foram presos em frente ao estádio. Os policiais usaram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para tentar dispersar os manifestantes.

A entrada de torcedores ocorria de maneira tranquila, quando manifestantes tentaram se aproximar do estádio. Não havia cordão de isolamento da polícia no local, a Tropa de Choque usou bombas de gás e disparou tiros de borracha para dispersar o protesto.

Algumas pessoas foram atingidas no tórax e na cabeça, conforme presenciou a reportagem da Agência Brasil. Segundo a PM, quatro policiais das Rotas Ostensivas Táticas Móveis (Rotam) foram feridos com pedradas.

Apesar de a ação policial ter ocorrido próxima de torcedores, o chefe da Comunicação Social da PM, Zilfrank Antero, disse que foi natural. “Eles não obedeceram ao uso progressivo da força. A polícia está aqui para garantir a ordem”, disse, enquanto o confronto ocorria.

De dentro do estádio, locutadores pediam que os torcedores continuassem nas filas e no processo de revista para entrar no estádio. A polícia ainda está usando bombas de gás, de efeito moral e balas de borracha para afastar o protesto, que é contrário ao uso de recursos públicos na Copa das Confederações.

Na manhã de hoje (15), manifestantes partiram da Rodoviária de Brasília e se dirigiram ao estádio, mas foram impedidos pela Tropa de Choque, que formou uma barreira perto do Mané Garrincha. Os policiais chegaram a usar bombas de efeito moral, mas não ocorreu confronto. Segundo informações da agência EFE, centenas de soldados do Choque da PM dirigiram-se ao local e iniciaram negociações para encerrar o protesto.

Além das críticas aos gastos da Copa, os manifestantes cobram a liberdade para quatro pessoas detidas na noite de ontem, após o primeiro protesto, quando foram queimados cerca de 200 pneus em frente ao estádio. “Liberdade para os presos políticos”, dizia um dos cartazes erguidos.

Após se concentrarem na Esplanada dos Ministérios, os manifestantes se dirigiram de maneira pacífica ao estádio e conseguiram chegar a um dos acessos, onde já começavam a entrar alguns torcedores.

De acordo com a PM, o protesto deste sábado reúne também por volta de 500 pessoas. Os organizadores, no entanto, avaliam serem perto de 2 mil pessoas.

Constituição

Ontem, representantes do setor de segurança da Copa das Confederações garantiram que respeitarão o direito de manifestação das pessoas. “Nossa Constituição permite”, afirmou José Monteiro, diretor de Operações da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, durante coletiva realizada hoje no Rio de Janeiro para a apresentação do Plano de Segurança para a Copa das Confederações.

Com informações da Agência Brasil