Roberto Feire contraria o que escreve para atacar Lula, em busca de holofotes

Presidente do PPS, Roberto Freire cai em contradição quando resolve atacar Lula sobre reforma política (RobertoFreire2323) Como agravante, ele é presidente de partido, o que daria algum comando sobre sua […]

Presidente do PPS, Roberto Freire cai em contradição quando resolve atacar Lula sobre reforma política (RobertoFreire2323)

Como agravante, ele é presidente de partido, o que daria algum comando sobre sua bancada, ainda que a bancada seja pequena. Roberto Freire, do presidente do PPS, diz no site da legenda que “está disposto a convencer a sociedade” das vantagens do financiamento público de campanhas, que o partido defende. O financiamento privado, diz o deputado, “talvez seja o maior duto de corrupção da atividade pública, porque no momento em que se busca financiamento no meio empresarial, as empresas vão ter interesse, depois, em que as licitações sejam dirigidas, em que elas possam ter privilégios e prioridades que vão ser oferecidas por aqueles que receberam as benesses de financiamento de campanha”. Do jeito que está, não se poderá conter a influência do poder econômico, arremata.

Se o que está escrito aí fosse para valer, pelo menos nisso concordaríamos.

Mas parece que não é para valer. Pelo seguinte:

Na quinta-feira (30)  em seminário promovido por um jornal em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu urgência no debate sobre o financiamento exclusivamente público, dentro da almeja reforma política pela sociedade. São coisas que Lula e o PT sempre defenderam, historicamente.

Ora, se Freire também se diz a favor do financiamento público, por que não mobilizar seu partido no Congresso para buscar um acordo supra-partidário? Em vez disso, Roberto Freire busca os holofotes das manchetes pegando carona na fama de Lula, falando mal dele.

Freire praticamente ofendeu e xingou Lula por defender a mesma coisa que ele escreveu (a não ser que o “ex-comunista” do PPS também já tenha mudado de opinião e esteja pedindo para esquecer o que escreveu).

Mas também, esperar o que de Roberto Freire? Um cara que, em vez se integrar a uma frente parlamentar pelo financiamento exclusivamente público, prefere negociar uma fusão do PPS com o PMN da família de Joaquim e Jaqueline Roriz.O cacique do PPS

O plano de Freire é fundir os dois partidos abrindo uma janela para outros parlamentares poderem trocar de legenda sem perder o mandato por infidelidade partidária. Com isso, pretende fazer uma coligação juntando José Serra (PSDB-SP, por enquanto) e Eduardo Campos (PSB-PE) numa candidatura – reacionária – anti-Lula e anti-Dilma.

A deputada Jaqueline Roriz estrelou um vídeo em que recebia maços de dinheiro, no escândalo que ficou conhecido como “mensalão do DEM”. Com isso, a deputada foi a “musa” inspiradora de protestos contra a corrupção e pelo fim do voto secreto no Congresso.

Nesse contexto, a fusão dos dois partidos faz sentido se consideramos que o PPS também aparece no “mensalão do DEM”, quando tomava conta da secretaria de saúde do governo de José Roberto Arruda (ex-DEM-DF).

A diretora comercial da empresa Uni Repro Serviços Tecnológicos, Nerci Soares Bussamra, apareceu em outro vídeo afirmando que Fernando Antunes, presidente do PPS-DF e subsecretário de Saúde do Distrito Federal, achacou a empresa por meio de uma auditoria nos contratos e pediu dinheiro para o PPS.

Outro contrato suspeito assinado pela gestão do PPS na secretaria de Saúde do governo Arruda foi o aluguel milionário de ambulâncias da empresa Toesa (que também já estrelou outro escândalo na mídia), sem licitação.

A secretária-geral do PMN, Telma Ribeiro, declarou que esse assunto de fusão não passa de uma hipótese: “Não é prioridade do PMN uma fusão. Todos nós fomos surpreendidos. Desde o início do mês têm saído notícias nesse sentido. É até desagradável porque estão falando do nosso destino sem a gente saber”, disse.

As declarações insinuam, talvez, que Roberto Freire está apenas “contando vantagem”, em busca de holofotes para si.