O melhor momento para Haddad deve ser o pesadelo de Serra

Começa hoje (21) em todo o país o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão. Os partidos terão até o dia 4 de outubro para apresentar seus candidatos à […]

Começa hoje (21) em todo o país o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão. Os partidos terão até o dia 4 de outubro para apresentar seus candidatos à Câmara Municipal (55 vereadores) e à Prefeitura de São Paulo.

O início do horário eleitoral inaugura nova etapa nas campanhas municipais, e é o melhor momento para candidaturas que reúnem candidatos de renovação com o desejo do eleitor pela mudança. É o caso de Fernando Haddad (PT) na capital paulista. O eleitor paulistano quer mudança e desaprova a atual gestão de Kassab. Haddad é de oposição e representa novidade. Ainda desconhecido da maioria dos eleitores, será apresentado pela TV, e tem tudo para gerar reações no eleitorado do tipo “é este o candidato que eu estava procurando”.

Por outro lado, essa nova etapa é extremamente desfavorável à José Serra (PSDB). O tucano já é bem conhecido por praticamente 100% do eleitorado e aparece em todas eleições como se tivesse cadeira cativa no horário eleitoral, por isso já encontra dificuldade até mesmo para despertar a atenção do telespectador. É candidato da continuidade da gestão mal avaliada dele próprio, sucedido por Kassab.

Nas últimas campanhas de Serra tem havido forte ênfase em desconstruir os adversários, antes de mostrar as próprias qualidades. Dessa vez não vai dar certo porque ainda não há polarização definida entre dois candidatos. Serra não é candidato de oposição ao atual prefeito. Por isso, apenas falar mal de um adversário, pode fazer com que, em vez de ganhar votos, ele perca os que tem para um terceiro candidato. O cenário exige de Serra uma campanha propositiva, coisa que ele não empolga. Para o tucano, o horário eleitoral virou a hora do pesadelo.

Mensalão da mídia, fracasso de público

Apesar da insistência do “Jornal Nacional” em propagandear o julgamento da Ação Penal 470, chamada “mensalão”, com um bombardeio diário de extensos minutos sobre o tema desde uma semana anterior ao início das sessões do STF, o tema não conseguiu despertar o interesse pretendido do telespectador.

Quando eclodiu a CPI dos Correios em 2005 houve grande audiência para saber os acontecimentos e o que ocorreria. Hoje porém, aquela superexposição parece ter exaurido a curiosidade popular.

A velha imprensa tentou reeditar aquele clima, com o atual julgamento. É um dos assuntos políticos do momento, sem dúvida, mas passa longe do clamor popular pretendido. Qualquer que seja o resultado jurídico, cada cidadão já fez seu próprio juízo político, desde as eleições de 2006.

Sinal do pouco interesse popular pelo assunto foi o “Fantástico” da TV Globo desta semana nada ter falado sobre o julgamento. Deve ser medo do controle remoto, pois a concorrência anda bastante acirrada com o “Domingo Espetacular”, da Record.

A revista Veja, quem diria, desde o início do julgamento, não tratou o assunto como matéria da capa. Os jornais populares, que dependem da venda diária em bancas, dão pouca relevância ao tema em suas páginas.

Sinais de que a cobertura espetaculosa do julgamento é fracasso de público, e pouco ou nada tem interferido nas eleições municipais. Até agora, foi em vão a pressão da oposição e da velha imprensa para marcar o julgamento coincidindo com o início do calendário eleitoral.

Agora que começa o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV é provável que o interesse popular no julgamento se reduza mais ainda. O povo, sábio que é, está mais interessado no futuro das suas cidades nos próximos quatro anos, do que na agenda de poder imposta pela velha mídia.

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