Além de marcado por tragédia em estreia, novo ‘Batman’ decepciona

Tom Hardy e Christian Bale, bandido e herói do novo filme do Cavaleiro das Trevas (©divulgação) Se, em 2008, o filme “Batman: O Cavaleiro das Trevas” estreou marcado pela então […]

Tom Hardy e Christian Bale, bandido e herói do novo filme do Cavaleiro das Trevas (©divulgação)

Se, em 2008, o filme “Batman: O Cavaleiro das Trevas” estreou marcado pela então recente morte do ator Heath Ledger, que interpretava o Coringa, papel que lhe rendeu o Oscar póstumo de melhor ator coadjuvante, agora “Batman: O Cavaleiro das Trevas Renasce” chega ao Brasil nessa sexta-feira, 27 de julho, marcado pela tragédia protagonizada pelo jovem norte-americano James Eagan Holmes, suspeito de matar 12 pessoas, e deixar outras 58 feridas, num cinema no estado do Colorado, nos Estados Unidos – em seu depoimento à polícia a respeito do por quê havia cometido aquele ato, justificou: “Eu sou o Coringa!”.

Novamente com direção, roteiro e produção de Christopher Nolan, “Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge” começa com uma sequência eletrizante no interior de um avião. Em seguida, o filme mostra Bruce Wayne, ou melhor, Batman, mais uma vez interpretado por Christian Bale, em sua mansão em Gothan City, após ficar cerca de oito anos desaparecido, a remoer sua culpa pela morte de Harvey Dent, o Duas Caras.

Anne Hathaway vive, em grande estilo, Selma Kyle, uma assaltante que, aos poucos, se afeiçoa pelo Batman e se torna a Mulher-Gato. O mesmo acontece com Joseph Gordon-Levitt, como o policial John Blake. Michael Caine e Morgan Freeman repetem, mais uma vez com competência, os amigos mais próximos do Batman, respectivamente Alfred e Lucius Fox. Também destacam-se Gary Oldman, como o Comissário Gordon, e Liam Neeson, como Ra’s Al Ghul.

Com orçamento de 250 milhões de dólares, filmagens na Índia, na Inglaterra e nos Estados Unidos, e apontado como o segundo maior lançamento da história nos Estados Unidos, perdendo apenas para “Crepúsculo”, “Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge” deixa bastante a desejar aos heróis dos quadrinhos e é bastante inferior ao filme que o precedeu. Se neste a brilhante atuação de Heath Ledger e as várias cenas eletrizantes de ação pareciam superar quaisquer problemas técnicos e narrativos, agora nada parece salvar.

As cenas iniciais, por exemplo, são praticamente inaudíveis; o tema musical criado pelo premiadíssimo Hans Zimmer, depois de algumas horas, apesar de muito bom, fica irritante em função da repetição; em muitos momentos o filme parece se arrastar e há buracos narrativos claros, principalmente relacionados com a personagem Miranda Tate, bem interpretada por Marion Cotillard.

Dessa vez também o Batman apanha até não querer mais e, em seguida, aparece praticamente intacto, como só os filmes hollywoodianos mais clichês parecem oferecer ao espectador. Portanto, esperava-se mais do novo filme do herói mascarado.

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