Até deputados do PSDB e DEM apoiam CPI da Privataria

Será que finalmente o país terá a CPI dos tucanos? Com apoio de partidos da base aliada, e até de parlamentares de oposição o pedido de abertura de uma Comissão […]

Será que finalmente o país terá a CPI dos tucanos? Com apoio de partidos da base aliada, e até de parlamentares de oposição o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar denúncias relacionadas às privatizações do PSDB foi entregue na quarta-feria (21), com 185 assinaturas, 14 a mais do que o mínimo exigido (de um terço dos 513 deputados) pela Constituição para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara.

O requerimento foi apresentado pelo deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), que encampou o trabalho de coletar firmas de apoio. O fato relevante que sustenta o pedido são os documentos e informações contidas no livro “A Privataria Tucana”, do jornalista mineiro Amaury Ribeiro Jr.

Pelo menos quatro do PSDB e cinco do DEM, ambos partidos de oposição, assinaram. Entre os tucanos, figuram os deputados Jorginho Mello (SC), Nelson Marchezan Júnior (RS), Fernando Francischini (PR) e Luiz Carlos (AP). Do DEM, Alexandre Leite (SP), Efraim Filho (PB), Mendonça Prado (SE), Onyx Lorenzoni (RS), Pauderney Avelino (AM). Presenças ilustres também merecem nota, como Tiririca (PR-SP) e Romário (PSB-RJ).

Embora 67 das assinaturas sejam de petistas, nenhum dos deputados do partido subscreveu o requerimento da oposição – embora dois deles tenham participado do ato de entrega das assinaturas ao presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS).

É a primeira vez que um livro provoca esse tipo de reação na Câmara dos Deputados. Com 343 páginas, a obra chegou às bancas no dia 9 deste mês, com um terço de seu volume composto por documentos públicos da antiga CPI do Banestado (de 2004) e de juntas comerciais. Há farto material sobre a movimentação financeira de tucanos e de pessoas ligadas ao partido e ao ex-governador José Serra (PSDB-SP).

O requerimento de Protógenes pede investigação em profundidade das denúncias contidas no livro, que vão de irregularidades no processo de privatização de estatais na década de 1990 até casos de lavagem de dinheiro por figuras como o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil e ex-tesoureiro de campanha do PSDB, Ricardo Sérgio de Oliveira.

Entre os citados na publicação estão pessoas ligadas ao ex-governador de São Paulo José Serra, como sua filha, Verônica Serra, o genro, Alexandre Bourgeois, e o marido de uma prima, Gregório Marín Preciado.

O  presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), solicitou um parecer à Secretaria-Geral e disse que só tomará uma decisão em fevereiro de 2012, após o recesso parlamentar. Ele disse que não vê necessidade de dar prioridade absoluta porque não é nada tão fundamental ou que possa trazer prejuízo ao país. Mas promete colocar a comissão para andar.

Depois do PT, os partidos com mais adesões são PMDB e PSB, com 18 cada, PDT (17), PR (15) e PCdoB (13). Seis deputados do PSD, do prefeito paulistano Gilberto Kassab, aliado de Serra, assinam a CPI.

 

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