‘Faxina social’ de Alckmin e Kassab

  Para lidar com o problema de saúde pública do consumo de crack em ruas da região central de São Paulo, a solução em discussão pelo governador do estado de […]

 

Para lidar com o problema de saúde pública do consumo de crack em ruas da região central de São Paulo, a solução em discussão pelo governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e pela prefeitura da capital, de Gilberto Kassab (PSD), incluiria enviar frequentadores da chamada “cracolândia” de volta a suas cidades de origem.

Segundo a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, a vice-prefeita Alda Marco Antonio (PMDB), disse: “Há um princípio de que cada comunidade tem que ser responsável por seu produto social. São Paulo é uma cidade acolhedora neste sentido, recebe a todos. Mas, para eles, o melhor é ficar perto de suas origens e de seus familiares”. Ela e Alckmin conversaram recentemente sobre a ideia, ainda segundo a colunista.

A avaliação de que os usuários de droga da região da Luz são imigrantes partiria de informações de um censo de moradores de rua produzido neste ano, mas cujos resultados ainda não foram divulgados. As pessoas seriam remetidas aos cuidados das prefeituras dos municípios em que nasceram, e caberia às outras cidades oferecer assistência de saúde.

Que a turminha do DEM e do PSDB gostam políticas higienistas, não há dúvidas. Pelo jeito o PSD de Kassab vai na mesma toada.

A medida, se confirmada, engrossaria os motivos para críticas de movimentos sociais ligados à população em situação de rua. Entidades ligadas à Pastoral do Povo de Rua, a cooperativas de catadores de material reciclável e de defesa de direitos humanos acusam a gestão de Kassab de ações “higienistas“, quer dizer, tratar pessoas como se fossem coisas a ser varrida (no máximo, para baixo do tapete).

E se alguém der a ideia aos paulistanos de mandar Geraldo Alckmin de volta  para Pindamonhangaba (SP), no Vale do Paraíba, sua cidade de origem, o que isso soaria?

Em 20 anos de governo no estado de São Paulo, o PSDB não foi capaz de acabar com o consumo de crack em vias públicas. A cracolândia é um dos cartões postais da vergonha que é o consumo e venda da droga nas ruas do centro da capital paulista.

É claro que o crack precisa ser enfrentado com políticas sociais e de saúde pública e não repressão ao usuário na base do porretede polícia, como sempre foi feito pelo PSDB em São Paulo. Muito menos fazendo limpeza étnica, enxotando imigrantes.

Também é evidente que se o PSDB não conseguiu acabar com o crack em uma parte do centro de São Paulo, com certeza não irá conseguir combater o crack no Brasil. Como eles costumas dizer em campanha eleitoral

A solução para o combate ao crack depende tanto do papel das polícias como do apoio das famílias aos usuários dessa droga. 

E claro, da implementação de políticas públicas articuladas que promovam condições dignas de tratamento para os dependentes químicos e repreessão ao tráfico de drogas… Um programa social seria eficiente, mas nenhuma empreiteira lucraria.

 

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