Lêda Dias revigora clássicos da música brasileira em CD

Um imenso e irrestrito amor à música brasileira é o que transborda em cada uma das 15 faixas do álbum em CD e vinil “Canções Brasileiras”, de Lêda Dias, uma […]

Um imenso e irrestrito amor à música brasileira é o que transborda em cada uma das 15 faixas do álbum em CD e vinil “Canções Brasileiras”, de Lêda Dias, uma artista e historiadora que transformou tal paixão em lema de vida. Tanto que é gerente do Memorial Luiz Gonzaga, em Recife (PE), autora de livros como a biografia da compositora Anastácia. “Não sei onde aprendi a cantar / Só sei que não consigo esquecer / Cantiga vem do céu / Vem do mato e vem do mar / Faz o meu coraçãozinho doer”, cita Caetano Veloso, no encarte, parecendo definir a si própria.

Boa parte dos grandes mestres da nossa história musical está muito bem representada em “Canções Brasileiras”. Começa em grande estilo com “Olha Pro Céu”, de Luiz Gonzaga e José Fernandes; segue com a linda homenagem a Jovelina Pérola Negra, em “Beijo da Jovelina”, em Sebastião Marques. Outro clássico da música nordestino é o irresistível “Saudade Imprudente”, de Zé Marcolino.

“Esse rio / Que passa no meu coração / Navega na minha vontade / Uma viola junto da mão / Silêncio acorda na cidade”, canta lindamente Lêa Dias, a partir da poesia de Zeto. Em seguida, mais um clássico – “Tropeiros da Borborema”, do pernambucano Rosil Cavalcanti, em parceria com Raimundo Asfora. Há uma das mais belas interpretações já feitas do clássico “Serra da Boa Esperança”, de Lamartine Babo, marcada pelos arranjos de Kiko Chagas Nobre, também responsável pelo cavaquinho e pelos violões. E abre espaço para outra aconchegante versão de “Noite Cheia de Estrelas”, de Cândido das Neves, e a doce “Sertaneja”, de René Bittencourt.

Entre os compositores mais recentes, mas não menos importantes, aparecem o carioca Hermínio Bello de Carvalho, com “Toada”, parceria com Teca Calazans; o cearense Xico Bizerra, com a gostosa “Tecelã”, dele e Maria Dapaz; e o também pernambucano Dominguinhos, na parceria com Climério, “Oito Baixos”, em que homenageia grandes artistas do passado: “Deus salve o santo ofício / desse tocar jamais visto / E viva Manoel Maurício / que Deus guarde Zé Calixto / Debaixo da lua cheia / ouvir Geraldo Correia / ou Pedro Sertanejo”. O álbum termina com a sertaneja “Triste Berrante”, de Adauto Santos, que já havia ganhado versões saborosas de, entre outros, Pena Branca & Xavantinho.

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