Shopping corre risco de explosão e ninguém explica o porquê

Construído em cima de um antigo lixão, o Shopping Center Norte, um dos maiores de cidade de São Paulo, enfrenta uma séria ameaça de explosão. Os detritos jogados no local, […]

Construído em cima de um antigo lixão, o Shopping Center Norte, um dos maiores de cidade de São Paulo, enfrenta uma séria ameaça de explosão. Os detritos jogados no local, o antigo Aterro Carandiru, continuam produzindo gás metano. A construção impede a circulação desses gases que, acumulados, podem causar explosões.

Por causa disso, o estabelecimento recebeu ontem (27) uma intimação da Prefeitura de São Paulo para a interrupção de todas as suas atividades em um prazo de 72 horas. De acordo com a inspeção feita pela Cetesb, o risco para os frequentadores e funcionários era imediato.

Hoje foi divulgado um Termo de Ajustamento de Conduta assinado pela direção do shopping sob a responsabilidade do Ministério Público. Pelo documento, o estabelecimento se comprometeu a instalar drenos para a extração do gás de suas galerias. O shopping tem 20 dias para instalar nove drenos. Em nota publicada em seu site, o Center Norte afirma que serão realizadas medições diárias para identificar a presença de gás metano no interior do shopping.

A assinatura do TAC, no entanto, não impede a interdição do estabelecimento. Para evitar que isso aconteça, o Center Norte deve entrar na Justiça.

Apesar do esforço do shopping em não fechar as portas, a verdade é que o problema é real. A construção em áreas de lixão é desaconselhável em qualquer circunstância. Nesse caso, a situação é crítica especialmente porque nunca houve qualquer controle sobre o tipo de detritos jogados no local.

As perguntas que surgem, então, são:

– Por que a instalação do shopping foi autorizada pela Prefeitura (em 1984, gestão Mário Covas)? Ainda não há uma resposta objetiva para isso, já que essa autorização foi concedida há mais de um quarto de século. Objetivamente, não faz diferença, já que o mal está feito. Mas é importante conhecer o processo que levou a uma aberração legal e urbana, para evitar que isso se repita.

– Por que a administração do shopping, conhecendo as condições do terreno, não tomou medidas para evitar o problema antes?  Apesar de clamar ter uma política de transparência, está claro que o shopping ainda não deu as devidas explicações sobre o episódio. A única preocupação da administração é manter as portas abertas. Bom, esse é seu papel. Esperamos que o episódio da explosão do Osasco Plaza Shopping, em 1996, ainda sirva de exemplo de que esse tipo de tragédia acontece mesmo e não é coisa da cabeça de burocratas.

 

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