Protestos contra remoções ganham detaque

Luta contra as remoções ganha corpo no debate público, mas ainda é pouco (Foto: Movimento Nacional de Luta pela Moradia-RJ) Nos últimos dias, as remoções de moradores de comunidades carentes […]

Luta contra as remoções ganha corpo no debate público, mas ainda é pouco (Foto: Movimento Nacional de Luta pela Moradia-RJ)

Nos últimos dias, as remoções de moradores de comunidades carentes para as obras da Copa de 2014 (e no Rio de Janeiro também para a Olimpíada de 2016) foram assunto em diversos espaços públicos. 

Na segunda-feira (22), Romário fez um discurso na Câmara dos Deputados que correu a internet. Nele, o deputado declara apreensão com as notícias sobre desrespeito aos direitos básicos dos moradores das áreas que serão usadas para as obras relacionadas aos mega-eventos no Brasil. “Há denúncias e queixas sobre falta de transparência, falta de diálogo e de negociação com as comunidades afetadas, em diversas capitais. Há denúncias também de truculência por parte dos agentes públicos. Isto é inadmissível!”, diz um dos trechos. Infelizmente o discurso, que reverberou nas redes sociais, foi completamente ignorado por grandes meios de comunicação. O discurso pode ser assistido aqui

Ontem, a Frente de Resistência Urbana, ligada ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), ocupou o prédio do Ministério dos Esportes pata protestar também contra os despejos. De acordo com o movimento, 1,2 mil pessoas participaram da invasão. Leia aqui a nota oficial do movimento.

Hoje, na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, o recurso contra o arquivamento da CPI das Remoções foi definitivamente derrotado. Pelo placar de 19 a 8, a bancada governista barrou as investigações das denúncias de remoções nas obras da cidade. O vereador afirmou que vai entrar com um mandado de segurança junto ao Tribunal de Justiça para pedir uma liminar que determine à Mesa Diretora o recebimento do requerimento de instalação da CPI.

Esses atos mostram que, apesar de o assunto das remoções ainda não ter atingido o grande público nem o debate político, esse momento não deve demorar a chegar. O sofrimento das pessoas atingidas por remoções – o MTST calcula esse número em 70 mil famílias – está ficando cada dia mais visível. Que o debate ganhe corpo enquanto ainda há tempo de mudar a maneira de abrir espaço para as obras.