O cunhado do governador

Depois de ter sido acusado pelo Ministério publico de intermediar o pagamento de propinas a políticos e funcionários públicos que contratavam empresas de merenda, o irmão de Lu Alckmin está […]

Depois de ter sido acusado pelo Ministério publico de intermediar o pagamento de propinas a políticos e funcionários públicos que contratavam empresas de merenda, o irmão de Lu Alckmin está envolvido em mais um escândalo. O Ministério Público Estadual, acusa Paulo César Ribeiro, o Paulão, cunhado do governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), de tráfico de influência para favorecer a Sisp Technology S.A. contratada pela prefeitura de Pindamonhangaba.

O contrato, foi julgado irregular pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), em acórdão de julho de 2010. A Sisp ganhou a licitação para fornecimento de acesso on-line a sistemas integrados de gestão pública pela internet, na qual só a Sisp tinha condições de atender às exigências impostas pela administração municipal.

A prefeitura já desembolsou R$ 4,54 milhões para a Sisp. O cunhado do governador teria recebido da empresa depósitos em conta, por meio de transferências eletrônicas. O Ministério Público rastreia sua movimentação financeira. O TCE aplicou multa de 100 Ufesps (Unidade Fiscal do Estado) ao prefeito João Ribeiro (PPS). A auditoria concluiu que o contrato foi marcado por “julgamento nitidamente subjetivo”, em detrimento da Lei de Licitações.

Saiba mais…

O cunhado de Alckmin também foi acusado de participar de esquema de fraude na merenda em Pindamonhangaba. Paulão é o principal alvo de investigação conduzida pelo Ministério Público. A promotoria suspeita que ele é o elo da empresa Verdurama Comércio Atacadista de Alimentos Ltda com a gestão do prefeito João Ribeiro (PPS), apadrinhado do governador tucano Geraldo Alckmin. A Verdurama está sob suspeita de ter feito doações para campanhas eleitorais de prefeitos em troca de contratos superfaturados.

O Ministério publico acusa Paulo Cesar de piorar a qualidade dos produtos nas escolas para fazer caixa. Segundo investigações do Ministério Público, o dinheiro economizado teria bancado propina e doações a campanhas eleitorais. A informação consta de um dos depoimentos prestados ao Ministério Público Estadual, em julho do ano passado, pelo ex-diretor da empresa Genivaldo dos Santos.
Nos documentos, há exemplos de troca de produtos, como a substituição de arroz tipo 1 pelo tipo 3 (com mais impurezas e mais grãos quebrados), e carne por ovos – que tem menos proteína e vitaminas, como a B12.

* Helena Sthephanowitz™ é jornalista e autora do blog Os Amigos do Presidente Lula e do Os Amigos do Brasil. Ela escreve no Na Rede, da Rede Brasil Atual.