Estação polêmica muda de endereço, mas permanece em Higienópolis

Cruzamentos das ruas Armando Penteado e Avaré, onde ficará uma das saídas da nova estação (Foto: Almeida Rocha/Folhapress) A estação Higienópolis, alvo de grande polêmica no mês passado, teve sua […]

Cruzamentos das ruas Armando Penteado e Avaré, onde ficará uma das saídas da nova estação (Foto: Almeida Rocha/Folhapress)

A estação Higienópolis, alvo de grande polêmica no mês passado, teve sua construção confirmada no parecer técnico da Companhia do Metrô, agora com o nome Angélica-Pacaembu. O jornal O Estado de São Paulo teve acesso ao documento que descreve o traçado definitivo da linha 6, que ligará a Brasilândia, na Zona Norte, à estação São Joaquim, na região central. A informação não foi divulgada de forma oficial pelo Metrô, mas, questionada, a assessoria de imprensa do órgão confirmou a veracidade das informações.

A estação, antes planejada para ficar na Av. Higienópolis, será construída na Rua Sergipe, entre as ruas Ceará e Bahia. Haverá dois acessos à estação no Pacaembu, na Rua Bahia e em um ponto próximo à FAAP. Ao contrário do plano anterior, que previa uma grande construção para abrigar a estação, agora a parada será completamente subterrânea e terá acessos discretos. 

O parecer técnico afirma ainda que, com essa configuração, a demanda pela estação será maior: serão 29 mil passageiros por dia, contra cerca de 20 mil no cálculo anterior.

Apesar da construção de um acesso muito próximo à saída do Pacaembu – o que não é recomendado, pois não há tempo de dispersar a multidão que chega à estação – a nova configuração parece ser benéfica à região. Em primeiro lugar, tanto a baixada do Pacaembu quanto Higienópolis, bairro mais elevado, terão acesso à estação. Os usuários que corriam o risco de ficar sem metrô terão suas viagens garantidas. Deixar de lado as construções ostensivas, apesar de parecer uma condescendência àqueles que não queriam a estação, é na verdade uma boa ideia. Antes de criar marcos visuais na cidade (como as estações Butantã e Alto do Ipiranga, por exemplo), o Metrô deve se preocupar com mobilidade. Fazer acessos discretos é mais barato e tão eficiente quanto construções grandiosas.

Como capítulo final da polêmica – assim esperamos – essa configuração parece ser até melhor para a cidade que a anterior. Mas isso não foi uma bondade do Metrô, e sim fruto de grande pressão feita pela maior parte dos moradores de São Paulo. Acredito que o desfecho deve ser considerado como uma vitória da mobilização popular, que foi feita de forma inteligente e efetiva, como foi o Churrascão da Gente Diferenciada. É uma amostra do que, às vezes, uma mobilização bem feita é capaz de trazer grandes conquistas.

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