Desenhista do Cristo Redentor em exposição

(Foto: Divulgação) Quando completa-se 40 anos de seu falecimento, em Petrópolis (RJ), o pintor, desenhista e gravador Carlos Oswald, que adotou o Brasil como sua pátria, recebe justa homenagem na […]

(Foto: Divulgação)

Quando completa-se 40 anos de seu falecimento, em Petrópolis (RJ), o pintor, desenhista e gravador Carlos Oswald, que adotou o Brasil como sua pátria, recebe justa homenagem na exposição “Carlos Oswald – O Resgate de Um Mestre”, em cartaz na Caixa Cultural São Paulo, até 20 de fevereiro. Filho do compositor brasileiro Henrique Oswald, o artista foi precursor da gravura no Brasil e o responsável pelo desenho final do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, um dos monumentos mais visitados do mundo e eleito, em 2007, uma das sete novas maravilhas do mundo.

Serviço

Caixa Cultural São Paulo
Avenida Paulista, 2083. São Paulo/SP
Terça a sábado das 9h às 21h.
Domingos e feriados das 10h às 21h.
T: (11) 33214400
www.caixa.gov.br/caixacultural
Grátis

No texto “Como Me Tornei Pintor”, de 1957, reproduzido na exposição, Carlos Oswald explicava o que pretendia no desenho do Cristo Redentor: “represento-a no estilo que chamamos litúrgico, linhas retas, grande simplicidade de formas, pose solene, de pé. O (Heitor da) Silva Costa (designer e construtor do monumento) deu-me completa liberdade de criação e técnica, e fiz um desenho acabadíssimo em todos os detalhes, afastando-me de qualquer imitação ou mesmo lembrança de comum representação que se encontra em comércio”.

A data inaugural do movimento da gravura no Brasil é considerada 1816, quando o rei D. João VI traz ao país a denominada Missão Artística Francesa, chefiada por Joachim Lebreton e da qual fazia parte o pintor e gravador Jean-Baptiste Debret. Ali surgia o núcleo do primeiro conjunto de gravadores do país. No entanto, é apenas com a chegada de Carlos Oswald ao Brasil, em 1906, que essa arte passa a ganhar importância por aqui. “A gravura desenvolveu-se e, a partir do século XX, uma nova concepção da forma de gravar foi gradativamente sendo instaurada. Antes vista apenas como um meio de reprodução, inspirada no trabalho de terceiros, a gravura começou a expressar-se diretamente das mãos de quem a concebia, libertando-se da fidelidade a outrem, quando passou a ser denominada gravura artística”, descreve o curador da exposição, Paulo Leonel Gomes Vergolino.

Entre as várias telas espalhadas de modo bastante organizado pelo espaço, vale a pena prestar atenção no movimento impregnado nas gravuras que retratam bois, caso daquela em que os animais aparecem carregando um navio, intitulada “Supremo Esforço”, de 1909, e os diferentes retratos de monumentos e paisagens italianas, caso do trecho da fachada da Santa Maria Novella, de Florença, desenhado em 1912. Outros destaques são os retratos da Pedra da Itapuca, em Niterói (RJ), das palmeiras reais do Jardim Botânico e de personalidades como Leonardo da Vinci, Johann Sebastian Bach, Dante Alighieri e Frédéric Chopin.

Guilherme Bryan, 35 anos, jornalista formado pela Cásper Líbero, autor do livro “Quem Tem Um Sonho Não Dança” (ed. Record), mestre e doutorando pela ECA-USP, repórter do jornal Folha Universal e colunista de videoclipes do Yahoo! Brasil.