“Davos não tem mais o mesmo glamour”, diz Lula

Frente a 7 mil participantes do Fórum Social Mundial, presidente culpa países ricos pela crise econômica e afirma que FMI agora deve para o Brasil

Presidente vai a Davos receber prêmio de Estadista Global, concedida pela primeira vez pelo Fórum Econômico Mundial (Foto: Ricardo Stuckert/Pr)

Porto Alegre – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na noite de terça-feira (26) que o Fórum Econômico Mundial não tem mais o mesmo glamour que tinha em 2003, quando pela primeira vez visitou a reunião como presidente da República, após ter passado pelo Fórum Social Mundial (FSM), em Porto Alegre.

 “Estou aqui [em Porto Alegre] e daqui vou pra Davos outra vez, igualzinho fiz em 2003. Tenho a consciência de que Davos já não tem mais o glamour que eles pensavam que tinham em 2003. O sistema financeiro já não pode desfilar como sendo o modelo exemplar de gerenciamento porque acabou de provocar a maior crise mundial dos últimos anos”, disse.

Para uma plateia de mais 7 mil participantes do FSM, a maioria sindicalistas e representantes de movimentos sociais, Lula disse que dessa vez vai a Davos com outra missão. “Quero mostrar que se o mundo desenvolvido tivesse feito a lição de casa em economia, a gente não teria tido a crise”, afirmou, ao criticar o que chamou de irresponsabilidade na condução do sistema financeiro.

Lula disse que em 2003, durante o FSM em Porto Alegre, se viu “angustiado” diante de uma faixa que cobrava o rompimento do Brasil com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e que dessa vez vai a Davos mais aliviado.

“Não apenas não devemos mais, como agora são eles nos devem US$ 14 milhões que emprestamos para eles.”

O presidente, que vai receber em Davos o prêmio de Estadista Global, disse que vai aproveitar a oportunidade para dizer aos que tinham medo de que um torneiro mecânico não tivesse qualificação para governar que sua gestão foi a que “mais construiu universidades e escolas técnicas” em 500 anos de história do Brasil.

Em Davos, Lula receberá o prêmio na quinta-feira (28) e na sexta-feira (29) fará um discurso em que deverá voltar a defender a urgência de uma reforma do sistema financeiro internacional.

Fonte: Agência Brasil

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