Cidades-sede da Copa correm risco de excesso de oferta de hotéis

Resultado do estudo mostra risco de superoferta de acomodações depois da Copa (Foto: reprodução) O Placar da Hotelaria 2015, estudo elaborado pela consultoria HotelInvest em parceria com o Fórum de […]

Resultado do estudo mostra risco de superoferta de acomodações depois da Copa (Foto: reprodução)

O Placar da Hotelaria 2015, estudo elaborado pela consultoria HotelInvest em parceria com o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB) e com apoio do Senac-SP, mostra os riscos que o mercado hoteleiro pode sofrer nas cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. De acordo com a situação atual de investimentos no setor, pelo menos cinco cidades correm o risco de ter uma superoferta de hotéis a partir de 2015, um ano depois da realização do torneio.

A análise mapeia três segmentos de hospedagem: econômico, midscale (3 estrelas) e upscale (4 estrelas). Na categoria econômico, Belo Horizonte, Manaus e Salvador têm alto risco de ter mais leitos do que a demanda prevista para o futuro. No caso dos hotéis 3 estrelas, Brasília e Cuiabá entram na lista de alto risco. Em compensação, Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba têm baixo risco de exagerar no investimento hoteleiro nas três categorias.

Os autores do estudo alertam, no entanto, que esses resultados não são estáticos. Há muitos empreendimentos em estado inicial de desenvolvimento, além de certa dificuldade em confirmar dados. Em várias cidades não existem informações sobre projetos de hotéis 4 estrelas. Dessa forma, o levantamento será atualizado a cada seis meses, para aumentar a confiabilidade da análise.

Essas informações têm como objetivo nortear os empresários do setor, mas devem ser também muito bem avaliadas pelas prefeituras de cada uma das sedes. Em voga em todo o mundo desde a Olimpíada de Barcelona, o modelo de desenvolvimento urbano baseado em grandes eventos e turismo não teve um sucesso tão grande para justificar sua fama. Depois de dar certo em Barcelona, essa visão trouxe muitos problemas a Atenas e África do Sul, por exemplo.

Autorizar a abertura de novos hotéis indiscriminadamente pode trazer prejuízos econômicos por falta de demanda, mas não apenas. O tecido urbano também sofre consequências com o fechamento desse tipo de empreendimento, com o abandono do local e previsíveis lutas judiciais até que o imóvel ganhe um destino diferente.

O estudo completo pode ser acessado aqui.