Valentia artística

China põe o dedo nas feridas do Brasil no álbum ‘Manual de Sobrevivência para Dias Mortos’

Artista pernambucano combina discurso contundente com ritmos que transitam do manguebeat ao punk-rock

Pamella Gachido/Divulgação
Pamella Gachido/Divulgação
'Manual de Sobrevivência para Dias Mortos' é o 5º álbum solo de China, que desde o final dos anos de 1990 une frevo e maracatu ao hardcore e o punk-rock

São Paulo — O pernambucano China é o convidado do programa Hora do Rango desta quinta-feira (5), a partir do meio-dia, na Rádio Brasil Atual. Conhecido por sua intensa e marcante presença de palco, o artista lançou este ano seu quinto álbum solo, Manual de Sobrevivência para Dias Mortos, indicado a melhor disco de 2019 pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA). 

No novo trabalho, China volta às origens com referências aos ritmos tradicionais de Pernambuco, combinado com guitarras pesadas e um discurso crítico sobre o momento sociopolítico do Brasil. O álbum conta com a participação das guitarristas de Andreas Kisser na faixa Frevo e Fúria, e de Neiton em Fascismo Tupinambá, além do trombone de Nilsinho Amarante na vinheta Subdesenvolver e na canção O Selvagem. O disco tem ainda as vozes femininas de Uyara Torrente no dueto em Pó de Estrela, a poesia de Bell Puã em Moinhos de Tempo, e Natália Matos em Mareação.

O time conta ainda com o produtor Yuri Queiroga, que toca violão, guitarra, baixo, micromoog, além das programações e dos samples, e pelo percussionista Lucas do Prazeres.

“Em Manual de Sobrevivência Para Dias Mortos volto a experimentar ritmos da música regional pernambucana, misturando ao rock cru de bandas que sempre estiveram presentes na minha vida, como Stooges, Sex Pistols e Gang of Four. Neste novo trabalho, substituí a bateria por uma forte percussão, que combina com as guitarras pesadas e um discurso crítico sobre a atual situação social em que vivemos”, explica China, que além de cantar também toca baixo e órgão, e atua na programação de beats e samples.

Influenciado pelo movimento manguebeat, China fundou em 1997 a banda Sheik Tosado, que misturou frevo e maracatu com hardcore e punk-rock no álbum Som de Caráter Urbano e de Salão. Depois, em carreira solo, mergulhou cada vez mais nas nuances da música brasileira e lançou os álbuns Simulacro (2007), Moto Contínuo (2011) e Telemática (2014).

O programa

Hora do Rango, apresentado por Colibri Vitta e premiado pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), recebe ao vivo, de segunda a sexta-feira, ao meio-dia, sempre um convidado diferente com algo de novo, inusitado ou histórico para dizer e cantar. Os melhores momentos da semana são compilados e reapresentados aos sábados e domingos, no mesmo horário.

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