Floresta ameaçada

‘Eleição no Brasil determinará futuro do planeta‘, diz ‘New York Times‘. Confira vídeo legendado em português

Vídeo produzido pela cientista ambiental Agnes Bridge e pela economista Alessandra Orofino explica que Lula “quer salvar a Amazônia e Bolsonaro, queimá-la”

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Txai Suruí é protagonista no vídeo publicado em perfil do jornal The New York Times

São Paulo – O perfil The New York Times Opinion, do jornal norte-americano, publicou vídeo nesta quinta-feira (27), a três dias da eleição presidencial no Brasil, em que afirma que “o dia mais importante para o Planeta Terra e sua sobrevivência é o dia 30 de outubro”, quando o Brasil elege o presidente da República. O vídeo de sete minutos, intitulado A Eleição no Brasil determinará o futuro do planeta, destaca a líder índigena Txai Suruí, de Rondônia. Ela é apresentada como ativista que “processou seu próprio governo para agir contra as mudanças climáticas e pode explicar por que essa eleição também é problema seu”.

“Porque um candidato quer salvar a Amazônia, e o outro quer queimá-la. A maior floresta tropical do mundo é a minha casa”, diz Txai. Ela acrescenta que o resultado das eleições “ameaça não apenas tudo isso (e sai da frente da câmera, que mostra a floresta), mas tudo isso”. Nesse ponto, volta ao primeiro plano, indicando que a vitória de Bolsonaro é uma ameaça à floresta e a própria vida dos indígenas. “O que significa que o dia mais importante para o planeta Terra e sua sobrevivência – é 30 de outubro”, completa a voz que faz a narração.

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O vídeo, de autoria da cientista ambiental Agnes Bridge e da economista Alessandra Orofino, mostra Bolsonaro prometendo acabar com o Ibama. “A elite do agronegócio brasileiro o ama por isso”, diz o texto. Em seguida, comenta o Projeto de Lei (PL) 2.633, conhecido como “projeto de lei da grilagem”, já aprovado na Câmara, mas não no Senado. “Vamos chamá-lo do que realmente é, a recompensa dos criminosos, dane-se a Amazônia, e que a Terra queime na lei do inferno”, diz a narração, pois “a lei daria terras desmatadas ilegalmente para os criminosos que as roubassem”.

“O projeto bolsonarista não é apenas um perdão para crimes passados, mas um corredor para se cometerem novos crimes.”

Confira aqui a postagem original no Twitter e abaixo o vídeo com legendas em português

Surge Lula

Na sequência histórica, após apresentar o resultado do governo Bolsonaro, o vídeo introduz Lula. “Ele foi presidente no início dos anos 2000. Seu governo fez um agressivo plano para salvar a floresta tropical. Ele criou áreas de conservação que eram maiores que todo o Reino Unido, cobrou milhões em multas ambientais”, diz o filme. “Alguns povos ousaram pensar que o desmatamento da Amazônia podia acabar em breve.”

“E então aconteceu isso”: as imagens mostram uma horda de fanáticos gritando o nome de Bolsonaro e “mito, mito”. Mostram também o próprio chefe de governo empunhando armas e um violão como se fosse um rifle. “Terras indígenas são roubadas, ativistas são assassinados por madeireiros e fazendeiro. 18 árvores são cortadas por segundo no ano passado”, diz a narração.

No final da produção do New York Times Opinion sobre a importância da eleição no Brasil, novamente aparece Txai Suruí. Mas desta vez em imagem resgatada de seu discurso na abertura da 26ª da Cúpula do Clima em Glasgow, na Escócia, em 2021. “A Terra está falando. Ela nos diz que não temos muito tempo”, disse a jovem no evento. Novamente no tempo presente, ele lembra que quando denunciou os crimes de Bolsonaro “na frente dos lideres mudais, ele me atacou”.

Na época, Bolsonaro decidiu não participar do evento e enviou um vídeo. No cercadinho, no Brasil, ele comentou, com seu conhecido desprezo por mulheres e povos originários: “Levaram uma índia pra lá, pra atacar o Brasil”, disse Bolsonaro sobre Txai. “Bolsonaro, eu nunca critiquei o Brasil, eu critiquei você, e eu não estou sozinha”, diz a líder brasileira.

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