'O Brasil voltou'

Marina se despede de Davos com painel sobre Amazônia em ‘encruzilhada’: Brasil irá liderar ‘pelo exemplo’

Em seu último dia no Fórum Econômico Mundial, a ministra do Meio Ambiente também encontrou-se com a ativista ambiental sueca Greta Thunberg

Reprodução/Youtube
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Ministra afirmou que "o governo Bolsonaro fez um apagão" em toda a estrutura do meio ambiente no Brasil

São Paulo – No último painel de que participou no Fórum Econômico Mundial, chamado A Amazônia em uma encruzilhada, em Davos, na Suíça, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse nesta quinta-feira (19) que o “Brasil voltou” e vai “liderar pelo exemplo” a proteção a florestas e biomas. Segundo ela, o Brasil “tem uma boa experiência em controlar o desmatamento e a devastação da Amazônia”. Marina deixa Davos hoje.

De acordo com a ministra, nos primeiros mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o país “diminuiu 80% da destruição da Amazônia”, além de ter sido o primeiro “a ter metas de produção de CO2”. “Daquela vez, foi tudo muito difícil porque precisamos criar tudo do zero, criar metas, monitoramento em tempo real da destruição”, exemplificou. “Mas agora será muito difícil também, porque o governo Bolsonaro fez um apagão em toda a estrutura.”

O ministro da boiada

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foram completamente esvaziados ou aparelhados por interesses contrários ao meio ambiente no governo extinto em 31 de dezembro. O ministro bolsonarista do setor, Ricardo Salles, é o maior exemplo.

A principal “contribuição” de Salles foi ter sugerido ao governo aproveitar a pandemia de covid-19 em 2020 para “ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas” ambientais. A Operação Handroanthus, da Polícia Federal, apreendeu 226 mil metros cúbicos de madeira extraídos ilegalmente por organizações criminosas.

Salles foi objeto de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de atrapalhar as investigações da PF. Porém, como ele foi exonerado do cargo em junho de 2021, o tribunal perdeu a competência formal. A ministra Cármen Lúcia enviou o processo ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, onde não se sabe de andamento do caso.

Marina revelou que “em breve” Lula fará uma reunião com os chefes de governo de todos os países que abrigam a floresta amazônica para debater a integração e soluções para a região. Ela não mencionou datas.

Marina e Greta

A ministra também encontrou-se com a ativista ambiental sueca Greta Thunberg na cidade suíça. Ela comentou a reunião em entrevista coletiva. Havia outras ativistas no encontro, que segundo Marina foi “carregado de significado”.

“Era um grupo de mulheres jovens muito determinadas e comprometidas e que está criando um impacto positivo no combate ao desmatamento e ao equilíbrio do planeta”, disse, sobre a reunião ocorrida no final da tarde de hoje. “Foi um encontro carregado de significados.”

Marina também comparou a atual geração de ativistas com a sua. “Dferentemente do combate que fazíamos isolados nas florestas com os nossos corpos, eles têm tecnologia para fazer esses embates globais”.