Preservação

Desmatamento na Amazônia caiu 31% entre janeiro e maio

Por outro lado, desmatamento no Cerrado cresceu 35% nos últimos cinco meses. Bahia, Maranhão, Piauí, Tocantins, Mato Grosso e Pará são os estados que mais desmatam

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Embora tenham pautas distintas, os movimentos que se unem em Belém têm um ponto em comum: a defesa da floresta em pé

São Paulo – O Ministério do Meio Ambiente (MMA) divulgou nesta quarta-feira (7) que o desmatamento na Amazônia caiu 31% este ano. O sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), capturou 1.986 quilômetros quadrados (km²) de área desmatada entre janeiro e maio de 2023. No mesmo período do ano passado, as áreas devastadas somaram 2.867 km². No mês passado, a queda registrada foi de 10%, em relação a maio de 2022.

“O Ibama trabalha de maneira forte com foco no combate do desmatamento da Amazônia. Estamos utilizando as ferramentas que temos e que não eram utilizadas, como a base tecnológica”, afirmou o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho.

Por outro lado, no Cerrado, a área desmatada nos primeiros cinco meses do ano foi de 3.523 km², 35% maior que no ano passado. “O Cerrado é muito mais fácil desmatar ilegalmente. O Ibama já está trabalhando nesse bioma, e já temos 180 propriedades embargadas, que estavam agindo irregularmente. A ideia é ser muito duro para conter o desmatamento”, disse Agostinho.

Assim, os estados com maior desmatamento são Bahia, Maranhão, Piauí, Tocantins, Mato Grosso e Pará. De acordo com o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, 20 municípios concentram 55% do desmatamento registrado nos primeiros cinco primeiros meses deste ano. Oito destas cidades estão no Mato Grosso, seis no Amazonas, quatro no Pará, uma em Rondônia e outra Roraima.

Proteção na Amazônia

Na última segunda-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou uma série de decretos de proteção ambiental. Ao lado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, Lula também lançou o Plano Amazônia: Preservação e Soberania. Nesse sentido, a intenção do governo é integrar o combate a crimes comuns e crimes ambientais na região.

“A mensagem que estamos passando aos criminosos e ao mundo é muito clara: tolerância zero com a devastação de nosso meio ambiente. Total proteção aos povos indígenas, inclusive com o uso da força quando necessário, e a demarcação do maior número possível de seus territórios.”

No mesmo dia, durante pronunciamento em rede nacional, Marina alertou a população sobre a necessidade urgente de preservar o meio ambiente e garantir o desenvolvimento sustentável do país. “Hoje é dia de termos consciência de que nosso tempo para agir está se esgotando e assumirmos definitivamente o que a ciência nos diz: ou respeitamos a natureza, e fazemos dela uma aliada, ou inviabilizaremos nosso futuro”, disse a ministra.

Desse modo, Lula adota postura oposta ao governo Bolsonaro. O atual presidente também vem empunha a bandeira da preservação ambiental na política externa. Um dos objetivos é angariar recursos de outros países para o Fundo Amazônia, congelado durante o governo anterior. Além disso, Bolsonaro promoveu o sucateamento dos órgãos de fiscalização ambientais, e o país registrou seguidos recordes de desmatamento na Amazônia.