Chuvas

Dique de mineradora transborda em Minas e causa interdição da BR-040

Não há registro de vítimas pelo transbordamento em Nova Lima, segundo o Corpo de Bombeiros. Fortes chuvas na região já levaram 120 cidades a decretar situação de emergência

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Imagem que circula nas redes mostra água invadindo a BR-040, que liga BH ao Rio. Deslizamento atinge Via expressa,

São Paulo – Os mineiros, que já sofreram nos últimos anos com os crimes ambientais causados pelas barragens em Mariana e Brumadinho, levaram um susto na manhã deste sábado (8). Um dique da mina de Pau Branco, da mineradora Vallourec, se rompeu em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. O acidente provocou a inundação e interdição da BR-040 na altura do KM 562. O Corpo de Bombeiros informou não haver registro de mortes. Tampouco a necessidade de evacuação de comunidades vizinhas à mina. E que a barragem rompida é composta de água e restos de lama. Imagens captadas das redes sociais (veja abaixo) mostram a lama de rejeitos que tomou a pista e impediu o trânsito no local que está sob chuvas intensas há semanas.

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Em áudio encaminhado à imprensa, o tenente Pedro Aihara, do Corpo de Bombeiros, afirma que não houve rompimento na barragem. E que o “maciço continua íntegro”. Segundo Aihara, “não há situação de risco iminente no local”. A BR-040 segue interditada nos dois sentidos. Ainda não há previsão de liberação da estrada.

De acordo com o coletivo de comunicação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), informações iniciais dão conta de que o transbordamento do dique em Minas foi provocado por um problema de drenagem da barragem. Isso teria causado a queda de pilhas de rejeitos (estéril + rejeito filtrado) da mineradora. O material atingiu um dique criando a onda de água que levou lama até a BR 040, logo abaixo da estrutura.

Risco no entorno das barragens

A coordenadora do MAB, Sonia Mara Maranho, lembra que o transbordamento acontece próximo à data que marca três anos do crime de Brumadinho. E alerta que o período chuvoso sempre coloca a população do entorno de barragens em risco por conta da possibilidade de novos rompimentos devido à falta de manutenção e segurança adequada das estruturas. O MAB segue apurando novas informações sobre a situação. “A segurança dos moradores precisa ser uma prioridade, tendo em vista o histórico criminoso das empresas controladoras de barragens no Brasil. Sabemos o que a falta de manutenção e fiscalização dessas estruturas pode causar e não podemos esperar que novos crimes se repitam”, afirma a militante do MAB.

O último boletim da Defesa Civil estadual informa que desde outubro seis pessoas morreram em Minas Gerais. E pelo menos 16 mil pessoas tiveram de deixar suas casas. Mais de 120 municípios estão em estado de emergência.

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