Crise

COP26: Brics exigem atitude dos países ricos para cortar emissões

Governos de Brasil, Índia, China e África do Sul reivindicam a criação de uma estrutura para avaliar o novo patamar da contribuição dos países ricos, que só “prometem mas não cumprem”

Milieudefensie
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Na semana passada, a ativista sueca Greta Thunberg já havia dito que a COP26 é "um fracasso" e os governantes ficam de "bla, bla, bla"

São Paulo – Delegações dos governos do chamado Brics – o bloco de países emergentes formado por Brasil, China, Índia e África do Sul – na COP26 vão reivindicar garantias dos países ricos sobre a construção de financiamentos para a redução das emissões de gases de efeito estufa. De acordo com o jornalista Jamil Chade, no UOL, a COP26 fechou sua primeira semana com a tensão e o temor de um colapso no processo. Tanto que na primeira reunião de hoje (8), a Índia – que representou os quatro países, foi firme – disse que os avanços foram insuficientes e que a credibilidade do sistema está sob ameaça.

Os governos dos países emergentes reivindicam a criação de uma estrutura para avaliar o novo patamar da contribuição dos países ricos. Segundo os indianos, porém, os países desenvolvidos falam vagamente e sem compromissos, o que leva a um impasse. Para os emergentes, as promessas de cortes de emissões de CO2 serão minadas sem financiamento.

Na semana passada, o Brasil sinalizou de cortes de 50% de emissões até 2030, propostas similares adotadas por China e outros países emergentes.

COP26 e o bla, bla, bla

Um acordo para garantir uma transferência de US$ 100 bilhões de economias ricas para reduzir o desmatamento foi fechado em 2009. Mas, na semana passada, o Brasil apontou que essa operação jamais foi concretizada.

Conforme Jamil Chade, a reunião de hoje foi um espelho da crise na negociação. Bangladesh, Peru e outros alertaram para o risco de um colapso no processo. “Vocês falam em ambição, mas não querem nem definir o financiamento climático ou falar de perdas aos pobres”, criticou a delegação boliviana.

Ainda segundo o jornalista , os governos criticam os organizadores britânicos diante da decisão da presidência da COP26, de manter reuniões negociadoras avançando pela madrugada, em Glasgow. Com delegações pequenas, países como Bolívia e os africanos não têm gente suficiente para trabalhar durante toda a noite e ainda estar pronto para as negociações que são retomadas logo pela manhã.

O resultado, segundo essas delegações, é que as delegações capazes de substituir negociadores mantém a pressão constante por acordos que mantenham seus interesses.

Na semana passada, a ativista sueca Greta Thunberg já havia chamado atenção para a questão. Segundo ela, “a COP26 é um fracasso“.

Redação: Cida de Oliveira