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Fórum pede suspensão do processo de liberação do trigo transgênico

Para o Fórum Catarinense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos, CTNBio tem de cumprir legislação e exigir todos os testes de segurança à saúde e meio ambiente

Montagem/Pixabay
Montagem/Pixabay
O pãozinho francês de cada dia terá maior concentração de resíduos de glufosinato de amônio, banido na União Europeia

São Paulo – O Fórum Catarinense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos quer a suspensão do processo para liberação comercial do trigo transgênico, em andamento na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). A avaliação do pedido estava na pauta da reunião do último dia 10 de junho, mas foi adiada para 4 de agosto.

De acordo com a própria comissão, é preciso tempo para a obtenção de mais informações junto à empresa argentina Bioceres, que modificou geneticamente a planta, tornando-a mais resistente ao agrotóxico glufosinato de amônio, banido na União Europeia. O produto causa danos aos fígado e altera o funcionamento do sistema endocrinológico, que libera hormônios para o funcionamento dos órgãos.

Em ofício enviado na quarta-feira (28), os coordenadores do colegiado catarinense pedem esclarecimentos urgentes sobre o que está sendo pedido pela empresa argentina em termos de liberação, e quais são as informações que a CTNBio solicitou a partir da única audiência pública realizada.

Trigo transgênico?

Além disso, pedem que a comissão exija da empresa argentina estudos relativos à saúde humana e uma nova audiência para discutir os estudos ambientais a serem feitos em atendimento à legislação brasileira.

O Fórum está levando em consideração diversos problemas apontados por cientistas que leram o dossiê apresentado pela empresa. Segundo eles, os testes para detectar a capacidade de esse trigo causar alergias têm falhas metodológicas. E faltam estudos de longa duração envolvendo cobaias. O único apresentado foi feito ao longo de apenas duas semanas. Também não foram feitas autópsias para identificar a causa da morte dos animais envolvidos. Ou seja, não se pode afirmar que esse trigo transgênico não vai causar graves danos à saúde e ao meio ambiente.

A Bioceres têm enfatizado a característica do trigo transgênico de resistir ao período menos chuvoso. Por outro lado, quase nada fala sobre o fato de a planta ser resistente ao glufosinato de amônio.

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