"Passando a boiada"

Governo Bolsonaro bloqueia recursos para combate ao desmatamento e queimadas

Segundo comunicado do Ministério do Meio Ambiente, foram cortados mais de R$ 60 milhões. Operações do Ibama e ICMBio na Amazônia e no Pantanal serão paralisadas nesta segunda-feira; Mourão nega

Reprodução Twitter
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Bolsonaro cortou recursos para atividades de fiscalização da pasta de Ricardo Salles

São Paulo – Como se fosse pouco o desmatamento recorde na Amazônia e as queimadas que consomem o Pantanal como nunca antes na história, o governo de Jair Bolsonaro deu mais um duro golpe contra o meio ambiente. Cortou mais de R$ 60 bilhões destinados a ações de combate. As operações de equipes do Ibama e do ICMBio, que contam com auxílio de brigadistas, serão encerradas a partir da zero hora desta segunda-feira (31). É o que informou hoje (28) em nota o Ministério do Meio Ambiente.

Confira aqui a nota do MMA anunciando a suspensão das operações

De acordo com a nota, no âmbito do combate às queimadas pelo Ibama, serão desmobilizados 1.346 brigadistas, 86 caminhonetes, dez caminhões e quatro helicópteros. E no combate ao desmatamento ilegal, 77 fiscais, 48 viaturas e dois helicópteros. Já as operações de combate ao desmatamento do ICMBio perderão 324 fiscais, 459 brigadistas e dez aeronaves Air Tractor que atuam no combate às queimadas.

Segundo o informe da pasta chefiada por Ricardo Salles anunciou o bloqueio financeiro feito pela Secretaria de Orçamento Federal (Sof) da ordem de R$ 20.972.195,00 em verbas do Ibama e de R$ 39.787.964,00 para o ICMBio. Depois do “dia do fogo” de 2019, esta é a melhor notícia para desmatadores ilegais e para ruralistas que queimam as matas principalmente para abrir novas pastagens.

Ainda conforme o anúncio, o secretário Esteves Colnago, do Ministério da Economia, explicou que o bloqueio foi decidido pela Secretaria de Governo/SEGOV e pela Casa Civil da Presidência da República. Há ainda a previsão de corte de outros R$ 120 milhões para o Meio Ambiente para o exercício de 2021. 

Mentira?

Diante da repercussão negativa do anúncio, o vice-presidente Hamilton Mourão, que preside o Conselho Nacional da Amazônia, negou que haja corte e que as ações serão interrompidos. “Conversei com ele (Salles) por telefone, mandei mensagem para ele. Acabou. Ele tem de entender que não agiu da melhor forma. O que o ministro viu foi uma planilha de planejamento que é da SOF (Secretaria de Orçamento Federal). O recurso está em aberto, não está bloqueado”, disse.

Ricardo Salles será julgado em segunda instância em 3 de setembro


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