Destruição

Desmatamento na Amazônia dobrou em janeiro

Em comparação com o mesmo mês de 2019, crescimento da destruição é de 108%, atestam imagens de satélites

Divulgação / Ibama
Divulgação / Ibama
Desmatamento continua em ritmo de crescimento no início de 2020, confirmando tendência de 2019

São Paulo – O desmatamento na Amazônia cresceu 108% no mês de janeiro de 2020, em comparação com o mesmo período de 2019. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que faz o monitoramento por meio de imagens de satélite do sistema Deter.

Segundo o Inpe, foram desflorestados 284 quilômetros quadrados, contra 136 quilômetros quadrados em janeiro de 2019.  Os dados confirmam uma tendência de crescimento que vem desde o ano passado.

Em 2019, o desmatamento aumentou 85,3% em relação ao ano anterior e o sistema Deter mostra que, entre janeiro e dezembro do ano passado, a área total com alertas de desmatamento chegou a 9.166 km², maior número desde 2015 e quase o dobro da área registrada em 2018 (4.946 km²).

Na segunda-feira (3), a principal revista científica internacional, Nature, publicou artigo assinado por 1.239 cientistas de diversas instituições de pesquisa do Brasil e do exterior, entre eles nomes como Carlos Nobre e Paulo Artaxo. Os signatários destacaram o fato de estar no país a maior parte da floresta amazônica, que armazena imensas quantidades de carbono e 12% dos recursos hídricos globais.

Para eles, é necessária a pressão de parceiros comerciais internacionais, governos estaduais e municipais, além de membros do Legislativo e a sociedade civil para pressionar o governo brasileiro “antes que a humanidade perca serviços críticos dos ecossistemas”.

Nesta semana, em nova demonstração de desprezo pelo meio ambiente, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que desejava “confinar na amazônia’ os ambientalistas. A declaração causou uma reação bem humorada nas redes sociais, onde integrantes das organizações que trabalham por políticas e práticas para o combate e a adaptação à mudança do clima adotaram a hashtag #confinaeu, para mostrar paisagens da região e contestar Bolsonaro.

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