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Greenpeace desmente Ricardo Salles, que tentou esconder omissão do governo sobre as manchas de óleo

Ministro do Meio Ambiente publicou vídeo editado para atacar ONG; organização mostrou trabalho feito por voluntários nas praias do Nordeste

PR/GREENPEACE
PR/GREENPEACE
Entidade divulgou videos e fotos de voluntários, tanto do Greenpeace quanto locais, se mobilizando como podem para limpar os locais afetados pelo óleo

São Paulo – O ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles publicou um video, em seu perfil no Twitter, para criticar uma suposta omissão do Greenpeace Brasil no combate às manchas de óleo que chegam às praias do Nordeste. Apesar de o governo federal não ter apresentado nenhum plano para frear o desastre ambiental, Salles disse que a organização não-governamental não “somou” na limpeza das praias – lideradas por moradores das regiões afetadas.

Entretanto, o Greenpeace respondeu Salles e disse que “no lugar de agir de forma concreta, o ministro prefere culpar ONGs”. A entidade diz que a publicação do chefe da pasta é mentirosa e serve para desviar a atenção da inação e incompetência do governo federal.

“A lentidão do governo sobre como agir também é reflexo de uma canetada de Jair Bolsonaro, no começo do ano, que extinguiu os comitês da sociedade civil que ajudariam em plano de ação de incidentes com óleo”, aponta a entidade.

A postagem de Ricardo Salles traz um vídeo cortado do porta-voz do Greenpeace Thiago Almeida explicando a atuação da entidade nas praias nordestinas. No material, o grupo afirma que o combate às manchas exige conhecimentos e equipamentos técnicos específicos. Em seguida, Salles acrescenta um video com voluntários removendo grandes manchas de óleo de uma praia, arriscando a própria saúde.

Porém, a entidade divulgou videos e fotos de voluntários, tanto do Greenpeace quanto locais, se mobilizando para limpar os locais afetados pelo óleo. “Os nossos grupos de voluntários, no Maranhão e Ceará, também visitaram locais impactados, colheram depoimentos e fizeram imagens para documentar tudo o que está sendo afetado, tanto no meio ambiente quanto na economia local”, explica Thiago, na versão estendida do material.

“Esse já é o maior desastre ambiental de vazamento de petróleo do país em extensão e o governo pouco fez para combater e mitigar os impactos. O governo e o Ministro devem focar em resolver o problema com eficiência em vez de jogar a responsabilidade para a população”, acrescentou o Greenpeace, por meio de nota.

De acordo com o Ibama, desde o dia 2 de setembro, o óleo já atingiu 200 localidades, totalizando 78 municípios afetados em – todos nos nove estados do Nordeste: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.