Como ousam?

Greta Thunberg, Catarina Lorenzo e Paloma Costa: conflito geracional e desenvolvimento sustentável

Jovens ativistas se destacaram na cobrança por ações mais incisivas dos líderes no combate ao aquecimento global e pela preservação ambiental

reprodução/TVT
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"Estamos no começo de uma extinção em massa e tudo o que vocês têm a falar é sobre dinheiro", afirmou Greta

São Paulo – Um grupo de jovens de 8 a 17 anos denunciou Brasil, Alemanha, França, Argentina e Turquia por violar os direitos das crianças, sobretudo em relação ao futuro das crianças e adolescentes do mundo, ao não tomarem medidas efetivas no combate ao aquecimento global. Junto à sueca Greta Thunberg, que se notabilizou como uma das lideranças da Greve Global pelo Clima, também participou a jovem brasileira Catarina de Lorenzo. O grupo apresentou queixa na sede do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em Nova York.

“Não permitiremos que tirem o nosso futuro. Eles tinham o direito de ter o seu futuro; por que não temos o direito de ter o nosso?”, afirmou a brasileira. “Os líderes mundiais não cumpriram o que prometeram. Eles prometeram proteger nossos direitos e não fizeram isso”, disse Thunberg.

Para o professor do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-graduação em Ciência Ambiental da Universidade de São Paulo (USP) Wagner Ribeiro, a participação dos jovens no debate intergeracional é de grande importância. “O conceito de desenvolvimento sustentável finalmente ganha uma vocalização a partir das novas gerações. A preocupação com o devir, com o futuro, que diz respeito à qualidade de vida que essas gerações vão alcançar. Colocada em xeque com as mudanças climáticas. Greta tem vocalizado muito bem essa questão, afrontando líderes mundiais”, afirmou à jornalista Marilu Cabañas, para o Jornal Brasil Atual, nesta terça-feira (24).

Cúpula do Clima

Outra jovem brasileira, a estudante da Universidade de Brasília (UnB) Paloma Costa, de 27 anos, também cobrou as autoridades mundiais, em especial o presidente Jair Bolsonaro. Ela acusa o líder brasileiro de não dar respostas suficientes em relação às queimadas na Amazônia. “Não precisamos de oração, precisamos de ação”, afirmou durante a abertura Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU).

Greta também participou. “Pessoas estão sofrendo, pessoas estão morrendo, ecossistemas inteiros estão em colapso, estamos no começo de uma extinção em massa e tudo o que vocês têm a falar é sobre dinheiro, e contos de fada sobre crescimento econômico eterno? Como vocês ousam?”, afirmou a jovem sueca.

A Cúpula definiu metas para nortear a revisão do Acordo de Paris, que deve ocorrer no ano que vem, que incluem o fim da construção de usinas de carvão a partir de 2020, fim dos subsídios aos combustíveis fósseis, cortes de 45% nas emissões, em 2030, na comparação com 2010 e a neutralização da emissões de carbono até 2050.

 

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