#ClimateStrike

Em São Paulo, manifestantes denunciam ataques ao meio ambiente na Greve Global pelo Clima

Muitas crianças e jovens aderiram à mobilização realizada na tarde esta sexta-feira na Avenida Paulista

RBA
RBA
Número de crianças e adolescentes chamou a atenção, assim como em outros lugares do mundo

São Paulo – A capital paulista se juntou a milhares de cidades em mais de 150 países que protestaram hoje (20) em defesa do meio ambiente. O ato, parte da Greve Global pelo Clima, começou às 16h no vão livre do Masp, na Avenida Paulista. Diversos movimentos sociais participaram da mobilização e o número de crianças e adolescentes chamou a atenção, assim como em outros lugares do mundo.

Fóruns climáticos, marchas e entidades se uniram a partidos políticos e movimentos sindicais e outras entidades da sociedade civil. Os cartazes das crianças se mesclaram às bandeiras mais comuns em manifestações que acontecem usualmente na capital paulista. Muitos dos manifestantes usavam máscaras em referência à má qualidade do ar e aos gases do efeito estufa, que agravam o aquecimento global.

BolsoNero

Um dos temas mais presentes na avenida foi a defesa da Amazônia. Gritos de repúdio ao governo de Jair Bolsonaro foram ouvidos durante toda a tarde. Bolsonaro é acusado de promover uma pauta em favor de setores como os do agronegócio e da mineração, flexibilizando políticas ambientais e negando o aquecimento global.

O resultado da política desastrosa de Bolsonaro no meio ambiente já é possível de se notar no dia a dia dos cidadãos. Muitos manifestantes lembraram quando, no mês passado, São Paulo escureceu em plena tarde por conta da fumaça de queimadas generalizadas no centro-norte do país. No mês passado, para efeito de comparação, a degradação das florestas na região amazônica no país aumentou de 675% em relação a agosto de 2018.

Carlos de Nicola, integrante da Coalizão pelo Clima, classificou o governo Bolsonaro como “ecocida”. “Destruidor da natureza e dos seres humanos também. O fato dele negar o que está acontecendo no mundo inteiro em relação à mudança climática é muito ruim, assim como a destruição da Amazônia. Sem a Amazônia, o planeta não resiste. Tivemos uma crise hídrica em São Paulo há quatro anos e onde mais faltou água foi nas periferias. Sabemos quem sofre mais com as mudanças climáticas.”

Guerra ao meio ambiente

Para o deputado estadual Carlos Giannazi (Psol-SP), esse é “o momento de denunciar o ataque ao meio ambiente no Brasil que está sendo patrocinado pelo governo Bolsonaro por meio de seu ministro do Meio Ambiente (Ricardo Salles). Estão destruindo a agricultura e a natureza, afrouxando as regras e as leis que fiscalizam a questão ambiental. Bolsonaro declarou guerra ao meio ambiente. Ele estimula queimadas, ocupações irregulares de madeireiras, do agronegócio, em áreas que não poderiam ser ocupadas. Temos que mostrar ao mundo que o Brasil não é Bolsonaro.”

A coordenadora do Projeto Justiça Climática do Greenpeace Brasil, Fabiana Alves, reforçou a importância do dia. “É essencial a multiplicidade de movimentos e de idades que vemos aqui. Em várias capitais, no interior, em todo o mundo. Teremos a Cúpula do Clima, na semana que vem, e a Assembleia Geral da ONU. É o momento de pressionar os governantes no mundo todo para fazerem da questão climática uma pauta prioritária.”

O sentimento dos manifestantes foi de resistência aos retrocessos que marcam o governo Bolsonaro. Pablo Mariconda, professor de Filosofia da USP e integrante da Marcha Mundial pelo Clima, afirmou que “as manifestações são importantes e esperamos que se tornem mais fortes a ponto de fazer com que se pare essa política de destruição do país. Deflagramos um processo de modificação ambiental. Não dá pra voltar atrás. A questão é que a humanidade vai ter que se adaptar a um ambiente mais severo. Esse já é nosso futuro. Então, precisamos de governos sensíveis à questão. Bolsonaro aprofunda a crise ambiental e humanitária”.

Leia também

Últimas notícias