Mobilização

Contra mudanças no Fundo Amazônia, servidores do BNDES e Ibama protestam no Rio

Ato está marcado para esta terça-feira (4), a partir das 17h, em frente à sede do BNDES na região central da capital fluminense

Arquivo EBC
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Mudanças previstas pelo governo podem fazer com que doadores do Fundo suspendam recursos, segundo vice-presidente da Associação dos Funcionários do BNDES Arthur Koblit

São Paulo – Em resposta ao projeto de mudanças no Fundo Amazônia anunciadas pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, servidores do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) protestam nesta terça-feira (4), a partir das 17h, em frente à sede do BNDES, na região central do Rio de Janeiro.

O ato faz críticas às recentes declarações do ministro sugerindo um novo decreto para o fundo que reúne doações da Alemanha e Noruega e é administrado pelo BNDES. Sem comunicar os doadores, Salles pretende, entre outras coisas, destinar parte da verba dos recursos ao pagamento de indenizações a donos de propriedades privadas que residem em áreas de unidades de conservação, o que favorecia os chamados grileiros, conhecidos pelo uso de práticas ilegais para tomar posse das terras, como explica o presidente da Associação dos Servidores Federais da Área Ambiental do estado do Rio de Janeiro (Asibama), André Favaretto Barbosa.

“Isso é uma prática criminosa (…) Já existe uma carteira de recursos bastante significativa para fomentar esse tipo de atividade, e o ministro quer agora aumentar esses recursos, tirando de áreas que não têm investimento, para jogar nas mãos de grileiros”, critica Barbosa em entrevista à repórter Beatriz Drague Ramos, da Rádio Brasil Atual.  Reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo revela que o governo também analisa a proposta de usar parte do fundo para pagar policiais militares que, em horários de folga, fariam a fiscalização das florestas nacionais.

Na visão do vice-presidente da Associação dos Funcionários do BNDES, Arthur Koblitz, as suspeitas de irregularidades apresentadas pelo ministro Ricardo Salles na gestão do fundo causaram estranheza nos próprios doadores que, de acordo com ele, estariam na verdade questionando o decreto 9.759/2019, do governo de Jair Bolsonaro, que extingue com conselhos sociais, entre eles dois grupos que faziam parte da governança do Fundo Amazônia, além de estarem considerando a suspensão das doações diante das mudanças do governo. “Qual pode ser a intenção de um ministro desses? Destruir o fundo?”, questiona Koblitz.

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