Em Minas Gerais

‘Nossa rotina foi destruída’, descreve morador de Barão de Cocais sobre mineradora Vale

Sob risco de desmoronamento de talude de outra barragem da Vale, em Minas Gerais, cerca de 500 pessoas foram retiradas de suas casas por precaução

Prefeitura de Barão de Cocais
Prefeitura de Barão de Cocais
Município tem feito orientações para o caso de rompimento do talude. Moradores se queixam de viver sob estado de terror e pânico

São Paulo – Os moradores de Barão de Cocais, em Minas Gerais, vivem dias de tensão com o futuro da barragem Mina Gongo Soco, da mineradora Vale. Segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM), o talude da cava, uma espécie de muro de contenção, continua se movendo, e nos pontos mais críticos a velocidade subiu para 26,5 centímetros diários, chegando 21,9 centímetros por dia na porção inferior.

A movimentação do talude foi identificada em 2012 e até os últimos meses ela era de 10 centímetros por ano, mas vem aumentando desde abril, quando a velocidade chegou a ser de cinco centímetros por dia. A previsão dos especialistas da ANM e da Vale, era de que o talude desmoronaria entre os dias 19 e 25. Com o fim do prazo, a cidade está apreensiva diante da instabilidade da estrutura, que pode ruir a qualquer momento.

Morador de Barão de Cocais Maxsuel Andrade conta à repórter Nahama Nunes, da Rádio Brasil Atual, que cerca de 500 pessoas foram retiradas de suas casas por precaução.  Ele relata que as famílias que ficaram na chamada região secundária estão vivendo uma verdadeira torturada psicológica. “É um terror muito grande, um medo, um pânico. A nossa rotina foi destruída e a gente tem que simplesmente aguardar”, descreve. “Temos medo de dormir e não dá tempo de ser acordado”.

Desde o dia 18, a Vale está construindo uma estrutura para bloquear o avanço da lama que pode chegar a aproximadamente 6,8 milhões de metros cúbicos de rejeito de minério. De acordo com Andrade, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros estão realizando atividades de orientação sobre o que fazer em caso de rompimento de talude. Em nota, a Vale disse que segue monitorando a estrutura 24 horas por dia e revê diariamente as previsões sobre o deslocamento. 

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