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CEO da Vale desconhece causa da queda da barragem e chama empresa de ‘joia’

Referindo-se a crime ambiental como 'acidente', Fábio Schvartsman diz que laudos não indicavam perigo de rompimento da barragem. Durante minuto de silêncio pelas vítimas, permaneceu sentado

LULA MARQUES

Presidente da Vale não se levante durante minuto de silêncio antes da reunião na Câmara dos Deputados

São Paulo – O diretor-presidente da Vale, Fábio Schvartsman, admitiu que as medidas de monitoramento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), não funcionaram, mas pede que a empresa “não seja condenada” pelo ocorrido. O crime ambiental resultou na morte de pelo menos 166 pessoas, de acordo com o último boletim divulgado pela Defesa Civil de Minas Gerais.

Durante reunião da comissão externa da Câmara dos Deputados que apura a situação das barragens no Brasil, Schvartsman disse, nesta quinta-feira (14), que a Vale “é joia brasileira”. “Ela não pode ser condenada por um acidente que aconteceu numa de suas barragens por maior que tenha sido a sua tragédia.”

Referindo-se à tragédia como um “acidente”, o presidente da Vale disse que os laudos aos quais a companhia teve acesso não indicavam o perigo iminente de rompimento da barragem. “Passadas essas semanas desde o acidente, nós continuamos sem saber os motivos que causaram o acidente”, afirmou.

Schvartsman ainda enfatizou que essa a falta de motivos para o desabamento se sustentam em laudos de estabilidade que, segundo ele, são a “pedra fundamental” de todo o sistema de mineração dentro e fora do Brasil. “É impossível de outra maneira gerir um sistema que mundialmente tem dezenas e milhares de barragens pelo mundo. É óbvio que se algum desses especialistas achar que alguma barragem corre risco iminente, não dará um laudo de estabilidade”, acrescentou.

Na terça-feira (14), o Ministério Público de Minas relatou ter tido acesso a documentos da companhia revelando que a Barragem I da Mina do Feijão estava classificada internamente em “zona de atenção”, com outras nove estruturas. Em nota, a Vale disse que, para a elaboração dessa análise, foi adotada uma metodologia com um padrão mais rígido do que a legislação vigente.

Com informações da Agência Brasil e da Agência Câmara

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