CRIME SOCIOAMBIENTAL

Vale voltou a acionar sirenes por mais uma barragem com riscos em Brumadinho

Moradores que estavam na área da barragem VI foram retirados do local por conta do aumento dos níveis de água. Segundo governo, até agora o crime totaliza 37 mortos

Isac Nóbrega / PR

Lama contaminada com rejeitos de mineração tomou as áreas a jusante da barragem do Córrego do Feijão

São Paulo – A companhia Vale voltou a acionar as sirenes de alerta neste domingo (27), ao detectar aumento dos níveis de água nos instrumentos que monitoram a barragem VI, em Brumadinho. Elas foram acionadas por volta das 5h30 da manhã de hoje. Os moradores que estavam na área foram retirados do local. Em comunicado, a Vale informou que foi detectado aumento dos níveis da água na região.

De acordo com a empresa, a barragem faz parte do complexo de Brumadinho. As autoridades foram avisadas e os moradores retirados do local. Como medida preventiva, a comunidade da região está sendo deslocada para os pontos de encontro determinados previamente pelo Plano de Emergência, segundo a empresa. Cerca de 24 mil pessoas estão sendo retiradas pelos bombeiros das áreas sob risco em Brumadinho (MG).

As busca por vítimimas foram paralisadas, e só retomadas no fim da tarde.

Uma representante do Movimento do Atingidos por Barragens (MAB) informou hoje por meio de vídeo no Facebook que a represa em questão contém de 3 milhões a 4 milhões de metros cúbicos de água, com 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos despejados, e que sua instabilidade ameaça o centro de Brumadinho, além das comunidades rurais da região.

Segundo ainda nota divulgada pelo MAB, a lama do Córrego do Feijão, cuja barragem se rompeu na sexta-feira (25), pode chegar a 19 municípios, comprometendo o abastecimento de água de cerca de 1 milhão de pessoas.

Vítimas

Conforme os bombeiros, 361 pessoas foram localizadas e287 continuam desaparecidas, entre funcionários da Vale e moradores da região atingida.

O chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Wagner Pinto de Souza afirmou ainda que 16 dos 37 corpos encontrados já foram identificados. “Dessas 16, oito já foram entregues aos familiares para o devido sepultamento”, disse o chefe da Polícia Civil mineira. “Há de se ressaltar a dificuldade de fazer a identificação desses corpos. Temos que fazer o reconhecimento primeiro através dos familiares, depois através das impressões digitais. Posteriormente através da arcada dentária e, por fim, através do DNA.”

Com informações da Agência Brasil e do MAB.