Ministério rifado

Encontro de Salles com ruralista confirma ‘morte por inanição’ do Meio Ambiente

Para a geógrafa Larissa Mies Bombardi, reunião oficial de ministro com presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária visa, entre outros pontos, ao afrouxamento da lei sobre agrotóxicos

Arquivo EBC

“É a morte do ministério do Meio Ambiente por inanição”, afirma Larissa sobre a subordinação da pasta

São Paulo – A reunião entre o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, com o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Alceu Moreira (MDB-RS), antecipada nesta quarta-feira (23) pela RBA, confirmam, na análise da autora do Atlas de Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia, Larissa Mies Bombardi, a “subordinação da pasta” aos interesses da agricultura e, sobretudo, ao agronegócio. “É a morte do ministério do Meio Ambiente por inanição”, sintetiza Larissa, também professora do programa de pós-graduação em Geografia Humana da Universidade de São Paulo (USP), ao jornalista Glauco Faria, da Rádio Brasil Atual.

A pedido da bancada ruralista, o encontro entre Salles e Moreira tinha em vista, entre outros pontos, uma articulação política para aprovação do Pacote do Veneno (PL 6.299/2003) e da revisão das atribuições e funções do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Para Larissa, além de representar um certo “conflito de interesses”, a postura de Salles contraria o que governo chama de “competência técnica” no que tange à defesa dos interesses da pasta. 

“Estamos falando tanto do afrouxamento da nossa lei atual de agrotóxicos, quanto da desestabilização do Conama. É tirar a potência que o Conselho e o próprio ministério do Meio Ambiente têm de coibir práticas que sejam ambientalmente nefastas”, avalia a professora.

Ouça a entrevista:

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