Calor e chuvas

El Niño intensifica verão no país e confirma efeitos do aquecimento global

Professor da USP avalia atuação do fenômeno diante das altas temperaturas e do regime de chuvas no país, que estariam indicando o agravamento dos eventos extremos

Marcelo Camargo/EBC

Em outubro, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) alertou para a ocorrência de efeitos extremos

São Paulo – Antes mesmo do início oficial do verão, que começa nesta sexta-feira (21), as altas temperaturas têm batido recordes em diversas cidades do Brasil. Na terça-feira (18), o município de Antonina, no Paraná (PR), atingiu a sensação térmica de 81°C e as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro bateram recordes de calor no mesmo dia, com a capital fluminense marcando 40°C nos termômetros. A situação, segundo o docente Wagner Ribeiro, pode responder a mais uma ocorrência do fenômeno El Niño.

Professor do departamento de Geografia e do programa de pós-graduação em Ciência Ambiental da Universidade de São Paulo (USP), Ribeiro explica que ainda é preciso confirmar se o fenômeno estaria mesmo ocorrendo. Mas, ao que tudo indica, o aquecimento já estaria atingindo as águas do oceano Pacífico junto à faixa equatorial, impedindo a formação de ventos e implicando na perda da capacidade de resfriamento na região brasileira.

“Temos que nos preparar para as chuvas intensas e os problemas clássicos de escorregamento de vertentes, alagamento, enfim, será um verão, a se confirmar o El Niño, muito intenso”, avalia o professor sobre as implicações do aquecimento, em entrevista à repórter Beatriz Drague Ramos, da Rádio Brasil Atual. Para Ribeiro, as ondas de calor no país e as suas implicações sobre o regime de chuva (ou a falta dela), confirmam os efeitos do aquecimento global apontado, em outubro, pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), indicando a intensificação de eventos extremos. 

Ouça na íntegra a entrevista

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