Contra o veneno

Política de redução de agrotóxicos é boa para o futuro da agricultura

Deputado, autor do relatório da Pnara, e pesquisadora da USP falam sobre a aprovação do projeto. Texto seguirá para apreciação do Plenário

Will Shutter/Câmara dos Deputados

À Rádio Brasil Atual, deputado Nilto Tatto (foto) destacou avanço do projeto como resultado da luta de movimentos sociais

São Paulo – Apesar da pressão de parlamentares ligados ao agronegócio para tentar impedir a apreciação do projeto que institui a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pnara), nessa terça-feira (4), o projeto foi aprovado e seguirá agora para o Plenário da Câmara dos Deputados. Segundo o deputado federal Nilton Tatto (PT-SP), autor do relatório do Projeto de Lei (PL) 6.670/16, trata-se de uma vitória importante da sociedade e da própria agricultura, como descreve em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual.

“Os países importadores de produtos agrícolas do Brasil começam também a pressionar para que se diminua o uso de agrotóxicos. Então, para o futuro da agricultura brasileira, é importante que a Pnara avance”, explica o parlamentar sobre a proposta que busca, entre outros pontos, viabilizar modelos agroecológicos de produção de alimentos e eliminar incentivos fiscais para agrotóxicos.

Em resposta à aprovação, a senadora Kátia Abreu (PDT-TO) usou o Twitter para dizer que não consome orgânicos, defendendo o uso de agrotóxicos. “Se não fosse seguro a Europa não compraria”, escreveu. A pesquisadora do departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP) e autora do Atlas Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia, Larissa Mies Bombardi, rebateu o argumento na Rádio Brasil Atual, qualificando-o como uma “falácia”, uma vez que a União Europeia compra produtos brasileiros com uma série de restrições, dando como exemplo a soja, usada apenas para consumo animal.

Com o avanço do projeto, o deputado e a pesquisadora destacam a importância da continuidade da articulação entre parlamentares, entidades e movimentos sociais, uma vez que, caso o PL fique para o próximo ano, será votado em uma nova legislatura. 

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