onda de violência

Ibama e ICMBio sofrem ataques durante operações na região Norte

Para o professor e diretor do Museu da Amazônia, Ennio Candotti, episódios de violência estão atrelados a declarações de Bolsonaro que sugerem permissividade em relação aos crimes ambientais

Arquivo EBC/Reprodução

Candidato do PSL pretende anexar Ministério do Meio Ambiente (MMA) ao Ministério da Agricultura (Mapa) e fala em extinguir ICMBio

São Paulo – As equipes do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) sofreram atentados na sexta-feira (19) e no sábado (20), durante operações de combate ao desmatamento ilegal nos estados de Roraima e Pará, na região Norte. Os ataques, que ocorreram com apoio de moradores da cidade, somam-se às inúmeras denúncias de violência contra defensores de direitos e movimentos sociais.

De acordo com áudios da ICMBio obtidos pelo jornal Folha de S. Paulo, a equipe estava na Floresta Nacional Itaituba 2, no município de Trairão, no Pará, quando a única ponte que dava acesso ao local foi queimada por moradores de Bela Vista do Caracol. Na região, a economia local depende em grande parte da madeira ilegal e da extração de palmito.

Um morador da cidade de Buritis, em Roraima, incendiou três viaturas do Ibama, cuja atuação tem sido alvo de críticas do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Em entrevista à repórter Beatriz Drague Ramos, da Rádio Brasil Atual, o professor e diretor do Museu da Amazônia, Ennio Candotti, afirma que os atentados contra as entidades podem encontrar suporte nas falas do candidato da extrema-direita. Bolsonaro já afirmou que pretende vincular o Ministério do Meio Ambiente (MMA) ao Ministério da Agricultura e extinguir o ICMBio.

“Essas frases de efeito que mostram apenas o reino da prepotência e da autoridade ditatorial são manifestações de truculência e do desrespeito à razão. O patrimônio nacional representado pela floresta amazônica e por outras florestas corre perigo e com isso o patrimônio de todos nós”, adverte Candotti. Nesta segunda (22), o MMA repudiou os ataques às equipes de fiscalização. 

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