Wagner Ribeiro

Fusão entre Meio Ambiente e Agricultura coloca em xeque legislação ambiental

Professor de Geografia da USP aponta que medida pode dar início a uma flexibilização da legislação ambiental em nome dos interesses do agronegócio

Arquivo EBC/Reprodução

Wagner Ribeiro também vê retrocessos nas políticas de contorno urbano com fusão, como saneamento básico

São Paulo – A fusão dos Ministérios da Agricultura e Meio Ambiente anunciada nessa terça-feira (30) pelo deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), futuro ministro da Casa Civil no governo de Jair Bolsonaro, representa uma ruptura com toda a política de controle urbano desenvolvida ao longo dos últimos 30 anos. A medida pode dar início a uma flexibilização da legislação ambiental em nome dos interesses do agronegócio, na análise do professor do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-graduação em Ciência Ambiental da Universidade de São Paulo (USP) Wagner Ribeiro.

Em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, na Rádio Brasil Atual, o docente apontou que, ao associar a pasta do Meio Ambiente à da Agricultura, questões como resíduos sólidos, produção de lixo e saneamento básico são deixadas de lado, contrariando toda a ênfase dada desde o governo de José Sarney (1985-1990), quando o ministério era chamado de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente.

“Parece que ele (Bolsonaro) não conhece os temas, está indicando pessoas que têm o viés de classe, não a visão de público e do que é a gestão de um país. Nós estamos assistindo, de fato, retrocessos que são bastante preocupantes”, critica Ribeiro.

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