Quinta-feira

Audiência em SP discute riscos da pulverização aérea de agrotóxicos

Em vez da aplicação de veneno com avião, que contamina o meio ambiente e coloca em risco a saúde das pessoas, deputada Ana do Carmo defende aprovação de plano de estímulo à produção orgânica

arquivo/EBC

Pulverização aérea contamina nascentes e outras áreas de produção que não utilizam veneno

São Paulo – A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) realiza nesta quinta-feira (28), a partir das 14h, uma audiência pública para discutir os impactos da pulverização aérea de agrotóxicos no meio ambiente e na saúde da população. A iniciativa é da deputada estadual Ana do Carmo (PT), que defende a aprovação da Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica, que apoia o cultivo de alimentos livre de veneno. 

Em entrevista à Rádio Brasil Atual nesta terça-feira (26), a deputada afirmou que a contaminação causada pela aplicação indiscriminada do veneno por pulverização aérea traz consequências não apenas para a área de aplicação, mas para todo o seu entorno.

“Quando eles passam com o avião pulverizando as lavouras, isso não acontece só naquele local, mas em uma extensão maior, atinge nascentes, pequenas plantações nos quintais das famílias”, destacou Ana do Carmo. 

Também estarão presentes na audiência o deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), que preside a Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, o defensor público Marcelo Novais e a médica Telma de Cássia, integrante do Fórum de Combate ao Agrotóxico.  

Ana do Carmo disse que a aprovação da Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica é importante para garantir o apoio aos agricultores familiares que não utilizam agrotóxicos, de modo a ampliar a produção e baratear os preços dos alimentos orgânicos. 

“O alimento orgânico é mais caro e não é encontrado em todos os supermercados e sacolões. Isso prejudica sobretudo a parcela mais pobre da população. Nossa luta é para que toda a população tenha acesso com facilidade aos produtos orgânicos, com preço menor”, diz a deputada.

Ela ressalta ainda a necessidade de se fortalecer o debate contra o uso indiscriminado de agrotóxico para se contrapor aos interesses financeiros dos produtores de veneno. “O lobby dos empresários é muito forte na venda dos agrotóxicos, e muitos os apoiam e não estão nem aí para o veneno que é jogado de qualquer forma. E combater esses empresários não é fácil”, afirmou. 

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