meio ambiente

Veto de Temer à redução de proteção ambiental na Amazônia é jogo de cena, alerta especialista

Para professor da USP, presidente é pressionado por grileiros, posseiros e madeireiros para aprovar medida que permite propriedade privada e atividades rurais em áreas de proteção

Nelson Feitosa/Ibama

Floresta do Jamanxim é a unidade de conservação onde a taxa de desmatamento mais cresce no país

São Paulo – O presidente Michel Temer vetou, na última segunda-feira, (19) a medida provisória que reduzia o nível de proteção de parte da Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, no Pará. Entretanto, o professor do Departamento de Geografia da USP, Wagner Ribeiro, alerta que a ação de Temer “não passa de jogo dele cena”. “Ele está em viagem para a Noruega – país que mais investe no Fundo Amazônia – e ficaria muito ruim para ele não vetar a medida. Então, ele não aprovou, mas o ministro (do Meio Ambiente) Sarney Filho fará uma nova proposta sobre o tema e levará para o Congresso aprovar”, alertou, em entrevista à Rádio Brasil Atual, ontem (20).

A proposta vetada por Temer teria como consequência imediata, legalizar grileiros e posseiros da região. O texto previa a transformação de 486 mil hectares da floresta em Área de Proteção Ambiental (APA), a categoria mais baixa de proteção, que permite propriedade privada e atividades rurais.

O especialista acredita que o presidente atende à pressão de grileiros e madeireiros da região. A Floresta do Jamanxim é a unidade de conservação onde a taxa de desmatamento mais cresce no país e a área de influência da rodovia BR-163 concentra 70% dos novos desmates da Amazônia Legal.

Após o veto, Sarney Filho anunciou que o presidente enviará em “urgência constitucional” ao Congresso Nacional um projeto de lei com o teor da proposta original – de redução de nível proteção de 300 mil hectares da floresta. 

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