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Especialista critica falha no licenciamento e fiscalização de barragem da Samarco

Segundo o engenheiro florestal Fernando d’Horta, a Samarco falhou, pois, segundo ele, o que era para ser feito nessa área 'não era nada muito sofisticado'

Fred Loureiro/Secom ES

Fernando explica que são três atores principais na tragédia: o empreendedor, a empresa de consultoria e o estado

São Paulo – A tragédia na barragem da Samarco em Mariana (MG), no dia 5 de outubro, é “um erro grave de engenharia da empresa”, avalia o engenheiro florestal e integrante do Grupo Independente para Avaliação do Impacto Ambiental (Giaia) Fernando d’Horta.

Em entrevista à repórter Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual, o engenheiro afirma que a Samarco falhou, pois, segundo ele, o que era para ser feito nessa área não exigia grande tecnologia. “O projeto da barragem não exige nada muito sofisticado em termos de engenharia. O que a gente percebe é que foi um descuido grande da empresa e dos órgãos de fiscalização. O Giaia está estudando como o processo se deu e vai identificar eventuais falha no processo de licenciamento e pós-licenciamento.”

Fernando explica que são três atores principais na tragédia mineira: o empreendedor, a empresa de consultoria e o estado – representado pelos órgãos responsáveis pelo licenciamento ambiental. “Estamos estudando esse processo, então não posso ainda dar uma resposta consistente. Mas, com certeza, você tem um problema com o processo, ou a licença foi dada de forma indevida, ou o empreendedor não foi responsável como deveria ser. Mas há uma etapa posterior que é a etapa de fiscalização. Então há dois problemas: o processo ambiental e a falta de fiscalização.”

“Houve erro, seja ele no processo de licenciamento, por ter dado uma licença quando não deveria ter dado, ou no pós-licenciamento do empreendedor e do órgão ambiental, por ter deixado chegar à essa situação, que é inadmissível. Nós sabemos que perante a engenharia atual esse problema é simples de ser resolvido, não exige engenharia sofisticada. Por outro lado, há a obrigação de o estado acompanhar o local”, conclui.

Com base nas informações atuais, o engenheiro faz a sua análise da tragédia: “O que vemos em Mariana é resultado de uma irresponsabilidade. É prematuro dizer quais são os três atores responsáveis pela tragédia, mas a de culpa é do empreendedor”.

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