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Para Frei Betto, Conferência do Clima pode favorecer as multinacionais

Teólogo e e escritor afirma que é necessário denunciar as empresas que mercantilizam a vida dos seres vivos para alcançar exclusivamente os lucros

Nasa

Objetivo é reduzir a emissão de gases de efeito estufa, e limitar a temperatura da terra em dois graus

São Paulo – “A conferência será um engodo, se não apontar as causas estruturais do desequilíbrio ambiental, seus responsáveis e as soluções adequada”, afirmou hoje (9) o escritor Frei Betto na Rádio Brasil Atual, ao falar sobre a 21ª Conferência do Clima (COP21), que será realizada em dezembro em Paris.

“O desafio é desenvolver uma cultura universal de preservação da vida, denunciando as empresas transnacionais em busca de lucros, que põem em risco a saúde das florestas, águas e alimentos”, completa.

O objetivo é chegar a um acordo para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, e o aquecimento global, além de limitar a temperatura da terra em dois graus. Para Frei Betto, se não estabelecer regras rigorosas para o controle climático do planeta, a previsão é que aumente a seca, as inundações e o nível do mar.

“A conferência será um engodo, se não apontar as causas estruturais do desequilíbrio ambiental, seus responsáveis e as soluções adequada. Não haverá avanço se os países desenvolvidos insistirem em utópicas medidas tecnológicas, e persistirem na interpretação equivocada da bíblia, de que o ser humano domina a natureza”, afirma.

Para o colunista, o capitalismo é o principal responsável pros desastres ambientais. “Os países ricos têm proposto soluções enganosas para o equilíbrio climático, que mais favorecem as multinacionais do que os direitos da Terra. A mercantilização da vida faz com que os interesses do mercado se sobreponham aos direitos dos seres vivos.”

“Isso já acontece no Brasil, ao querer tirar do Executivo a responsabilidade da demarcação de terras indígenas, para passar às mãos do Congresso Nacional, onde se multiplicam representantes do latifúndio, madeireiras e mineradoras, que promovem a devastação ambiental. Esses responsáveis pelo assassinato do ecossistema vieram a obter do STF a decisão de não denunciar ao público o nome das empresas flagradas no crime de exploração de mão de obra escrava”, complementa.

A 21ª Conferência do Clima (COP21) acontece até o dia 11 de dezembro em Paris, e contará com representantes de 95 países, incluindo o Brasil.

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