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Em Paris, Dilma se reúne com líderes da Noruega e do Equador

Presidenta se prepara para participar da cúpula mundial sobre mudança climática. Delegação viajou afirmando que defenderá 'acordo justo, equilibrado, ambicioso e duradouro'

Roberto Stuckert Filho/PR

Dilma Rousseff a Paris, onde participa da 21ª Conferência da ONU sobre Mudanças do Clima (COP-21)

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff se reúne neste domingo (29) em Paris com a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, e com o presidente do Equador, Rafael Correa. Ela está na capital francesa para participar do Evento de Líderes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-21), que começa amanhã (30).

Entre o final da tarde e o início da noite, Dilma deve se encontrar separadamente com os líderes equatoriano e norueguesa. Na COP21, Dilma apresentará o resultado de medidas adotadas pelo Brasil para reduzir o desmatamento e a emissão de gases do efeito estufa na atmosfera. O Brasil e os mais de 190 países presentes no evento vão cumprir agenda que envolve duas sessões de trabalho, com fala dos chefes de Estado e de Governo.

Nesta tarde, Vieira tem encontros bilaterais agendados com os chanceleres do Marrocos e da Indonésia. O retorno de Dilma a Brasília está previsto para a madrugada de terça (1º). A delegação presidencial é composta pelos ministros do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e da Educação, Aloizio Mercadante.

O subsecretário-geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores, embaixador José Antônio Marcondes de Carvalho, disse que o Brasil vai buscar um acordo sobre o clima que seja justo, equilibrado, ambicioso e duradouro.

Segundo Marcondes, é preciso tratar adequadamente a questão da diferenciação entre os países (desenvolvidos e em desenvolvimento) e levar em conta a responsabilidade histórica de cada um para as emissões de gases de efeito estufa. “É importante que haja uma previsão financeira robusta, que haja um entendimento sobre a questão da transferência de tecnologia e sobre a necessária capacitação dos países em desenvolvimento para cumprir seus compromissos”, disse, explicando que o fundo de financiamento deverá ser alimentado com recursos públicos de países desenvolvidos e de ações financeiras do setor privado, incluindo as instituições financeiras internacionais.

O Brasil defende também que o acordo não seja centrado na questão da mitigação e da redução de emissões, mas que haja um equilíbrio entre mitigação, adaptação à nova situação do clima e meios de implementação suficientes e condizentes com os desafios da mudança do clima.

Os países devem ter mais ambição nas suas metas, segundo o embaixador, para que elas possam ser trabalhadas com perspectivas de longo prazo. “O fortalecimento do novo regime da convenção não termina, mas começa em Paris. O novo acordo começa a ter vigência em 2020 e até lá a expectativa é que haja condições para os países progredirem nas suas contribuições”, explicou.

O embaixador avalia que o tempo usado para legislar sobre mudanças climáticas foi “excessivamente” longo e que este é o momento de implementar um acordo. “Não queremos um acordo minimalista que adie decisões. Queremos que seja robusto e possa atender às aspirações e necessidades dos países com relação à situação do clima.”

Os 195 países que participarão da COP21 terão o desafio de definir as ações políticas para limitar o aquecimento do planeta em 2ºC até o final do século.

Com reportagens da Agência Brasil

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