Crise hídrica

Falta de água limita atividades de centro municipal para a juventude em SP

Com redução da pressão, caixas d'água e reservatórios não enchem e torneiras secam em residências, comércios e equipamentos públicos

reprodução/TVT

Com reservatório de 50 mil litros, Centro Cultural da Juventude da zona norte paulista fica sem água

São Paulo – A Sabesp não está cumprindo determinação da Agência Nacional das Águas e distribui água com pressão muito baixa, em vários bairros da região metropolitana de São Paulo. Com isso, as caixas d’água não enchem e, quando acaba a água da rua, todas as torneiras ficam totalmente secas em residências, comércios, escolas e equipamentos públicos. É o caso do Centro Cultural da Juventude (CCJ) Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte, que já teve até de fechar as portas por causa do desabastecimento.

O Centro Cultural, um equipamento público da prefeitura paulistana, oferece centenas de atividades para jovens da região. Por lá passam cerca de 300 jovens diariamente, para participar de oficinas, debates e shows. O prédio tem também biblioteca e sala de informática, com acesso livre à internet para a população.

O problema é que, desde outubro do ano passado, o centro cultural tem passado por dificuldades por conta do desabastecimento. Várias atividades já foram canceladas, ou encurtadas, porque a água não chega no reservatório.

O  diretor da unidade do CCJ, Ricardo Ponzio Scardoelli, conta que no domingo os serviços só foram abertos ao público a partir das 19h. “Foi uma medida que a gente tomou por conta da falta d’água. Então, algumas oficinas que teríamos, a gente manteve, com número restrito de inscritos. Mas o acesso irrestrito ao prédio foi aberto só após as 19h.”

Em março, o CCJ completa nove anos de funcionamento, mas várias atividades do mês de comemoração estão sendo canceladas. O problema principal são os bebedouros e os banheiros, que ficam inutilizáveis sem água, e por conta das condições de limpeza.

O reservatório conta com 50 mil litros de capacidade, mas dificilmente enche por completo.

Durante a CPI da Sabesp, na Câmara Municipal de São Paulo, o diretor metropolitano da companhia, Paulo Massato, admitiu que a Sabesp chegou a reduzir a pressão da água para até 1 metro de coluna de água, muito abaixo do recomendado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, que é de, no mínimo, 10 metros.

“Já faz algum tempo que a gente tem a diminuição da pressão da água, na região, e isso fez com que, por diversas vezes, a gente teve que acionar caminhões-pipa para abastecer o nosso reservatório”, afirma o diretor geral do CCJ, Alexandre Piero.

Ricardo Ponzio Scardoelli reclama, ainda, da falta de transparência. “A gente nota, por parte do governo do estado, essa falta de informação e a população fica sem saber se é culpa da prefeitura, se é da Sabesp, se é do governo, se é o CCJ que cortou a água porque quis. Além de ter o serviço prejudicado, tem a informação muito mal colocada, por parte da Sabesp”.

Assista à reportagem completa do Seu Jornal, da TVT: