Crise em sp

‘Má gestão e desperdício pelo poder público explicam a escassez de água’, diz Chico César

Retirante da seca, o músico paraibano e ex-secretário de Cultura no seu estado critica o governo paulista e defende o direito de informação da população

Luiz Augusto Daidone/Fotos Públicas

Rio Atibainha virou sertão: “Modo de fazer a gestão da vida está equivocado”, diz Chico César

São Paulo – Músico, ex-secretário estadual de Cultura da Paraíba e autor de hits como Mama África e À Primeira Vista, Chico César voltou à seca. Não de seu tempo de infância em Catolé do Rocha, no sertão paraibano, mas na represa seca do rio Atibainha.

Em entrevista gravada para o portal Namu no leito ressecado e rachado, disse que a maneira de gestão da vida está equivocada. “Nasci num lugar seco, no sertão, e sei que a seca não é questão de falta de água, falta de chuva. Só que há pessoas que ganham com a seca”.

Ele, como milhões de nordestinos que vieram para São Paulo fugindo do flagelo, convivem agora com a grave situação vivida em São Paulo, a terra da garoa.

“Você tem um poder público que desperdiça, vive numa cidade com rios mortos e enterrados. Chegamos a um ponto que isso não pode continuar”, disse. “As pessoas têm de ser informadas. Muitas vezes se coloca a culpa no cidadão, quando a maior parte do consumo é do desperdício do governo e das fábricas, não da população.”