crise hídrica

DAEE ameaça lacrar bombas de agricultores do Alto Tietê por conta da seca

Sem a alternativa para manter o cultivo de alimentos, Sindicato dos Trabalhadores Rurais teme desemprego e quebra da produção, e cobra diálogo com o governo estadual

Rubens Chaves/Folhapress

Área seca na região do Alto Tietê: produtores enfrentam fiscalização rigorosa e temem quebra da produção

São Paulo – Em decorrência da crise de abastecimento, agricultores da região de Mogi das Cruzes estão captando água das represas e do rio Tietê, que na região ainda é limpo. A prática é alvo de fiscalização por parte do governo do estado, que ameaçou lacrar as bombas utilizadas. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Alto Tietê, Benedito Almeida, é contra a medida e tem organizado o setor para reagir e garantir a produção.

“Eles vieram falar que iriam proibir o sistema de irrigação que nós usamos hoje, não deixando assim os produtores irrigar e tirar o sustento da terra. Estou preocupado porque quantos trabalhadores vão perder o emprego e ficar à mercê? A maioria deles nem estudo tem, como vai sair da zona rural para a zona urbana? E para fazer o quê”, disse à repórter Sandra Paulino, da Rádio Brasil Atual.

O sindicato justifica a retirada das águas das represas em decorrência da seca e afirma que os agricultores estão arcando com os custos da compra de canos e bombas para executar o procedimento. “A agricultura precisa de água, não tem outro jeito.”

Benedito Almeida reclama, ainda, do rigor do Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE): “Essa é a preocupação dos pequenos produtores, e dos grandes também, de como nós podemos fazer para que a fiscalização não venha tão dura, taxativa e forte como está vindo.”

Uma comissão formada por agricultores, vereadores e o prefeito de Salesópolis se reuniu na noite de ontem com a superintendência do DAEE para discutir as medidas do governo, de forma a evitar o desemprego e a quebra na produção agrícola do Alto Tietê. Hoje, está prevista uma reunião, em Biritiba Mirim, com os produtores para que seja debatida a posição do estado.

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