SP sem água

Movimentos mantêm protesto contra gestão do estado e da Sabesp

Mesmo com greve no metrô, entidades mantêm manifestação em Pinheiros contra a crise no abastecimento de água e a gestão do governo estadual no setor

Vagner Campos/A2 FOTOGRAFIA

Governador Geraldo Alckmin (PSDB), durante anúncio de medida para melhorar nível do Cantareira. Culpa da seca

São Paulo – A manifestação programada para a manhã desta quinta-feira (5) em São Paulo contra a gestão do governo estadual e sua companhia de saneamento (Sabesp) não deve ser afetada por uma eventual greve dos metroviários, programada o mesmo dia.

Segundo entidades organizadoras do protesto – entre elas sindicatos ligados à CUT e à CTB, UNE, MST, Levante Popular da Juventude, Movimento dos Atingidos por Barragens, Central de Movimentos populares, entre outras – a concentração está mantida para a partir das 9h na Estação Pinheiros, que atende a Linha 9 Esmeralda de trens da CPTM e a Linha 4 Amarela do Metrô – cujos funcionários não estarão em greve. O ato deve seguir por volta das 10h pela Rua Sumidouro em direção à sede da Sabesp, a poucas quadras do local.

A manifestação, segundo os organizadores, foi decidida no seminário “A Crise da Água em São Paulo”, realizado no início de maio na Assembleia Legislativa. O encontro reuniu entidades e especialistas em temas como abastecimento e saneamento, que responsabilizaram o governo local e a companhia estatal pela crise da água. O 5 de junho foi escolhido por marcar o Dia Mundial do Meio Ambiente, definido pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Em folheto impresso que será distribuído durante o protesto, as entidades alertam que a falta de água, além de afetar a qualidade de vida da população, pode prejudicar ainda o fornecimento de energia e o funcionamento de diversos setores da economia, da agricultura à indústria, podendo criar o risco do desemprego nas regiões afetadas.

O texto denuncia que a Sabesp é empresa de economia mista que desde 2002 tem ações negociadas em Bolsas de Valores. E que grande parte dos dividendos distribuídos a acionistas nos últimos anos teve como contrapartida a ausência de investimentos que poderiam evitar a crise de desabastecimento.