Moradores de Guarulhos, em São Paulo, enfrentam rodízio de água há três semanas
Sabesp informa que cidade está sendo punida por não reduzir consumo voluntariamente. Prefeitura lamenta decisão e tenta atenuar impacto da medida
Publicado 19/03/2014 - 11h48
São Paulo – O rodízio de água no município de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, já afeta cerca de um milhão de moradores há quase três semanas. O Sistema Cantareira, que nesta terça (18) registrava apenas 14,9% da sua capacidade, fornece 65% da água que chega àquele município. Com a escassez, moradores enfrentam a alternância do fornecimento – dia sim, outro, não – mas há relatos de falta por até dois dias consecutivos.
Desde janeiro Guarulhos vivia um déficit de 10% do abastecimento em relação à sua demanda diária. Em fevereiro, 250 mil moradores já sofriam com a falta d’água. Agora, com um déficit aumentado para 25% da demanda, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) instituiu o rodízio.
A Sabesp alega que uma redução de 15% de captação junto ao Sistema Cantareira foi determinada pela Agência Nacional de Águas, e a redução da distribuição teria começado por Guarulhos como forma de punição, porque a cidade não teria atendido à solicitação de economizar 15% do recurso.
A justificativa é rechaçada por Marcos Aurélio Carvalho, diretor do Departamento de Manutenção e Operação do ServiçoAutônomo de Água e Esgotode Guarulhos(Saae), segundo o qual o município está fazendo sua parte e economizando água desde o início do ano, quando começou a crise no sistema Cantareira.
Na semana passada o prefeito de Guarulhos, Sebastião Almeida (PT), informou ter sido comunicado por e-mail, com 48 horas de antecedência, sobre o corte. “Nós entendemos que tem de reduzir o consumo do Sistema Cantareira, mas esse volume poderia ser recomposto com os reservatórios do Alto Tietê, que não sofrem com desabastecimento. Além disso, é discriminatório que apenas Guarulhos passe pelo racionamento. Por que? Já sofremos déficit há muito tempo.”
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