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Sistema Cantareira se aproxima do esgotamento do ‘volume útil’

Luis Moura/Folhapress O nível de água no Sistema Cantareira chegou a 15,6% na última quinta-feira (13), o mais baixo em sua história São Paulo – O chamado comitê anticrise do […]

Luis Moura/Folhapress

O nível de água no Sistema Cantareira chegou a 15,6% na última quinta-feira (13), o mais baixo em sua história

São Paulo – O chamado comitê anticrise do Sistema Cantareira, criado diante da estiagem histórica do sistema Cantareira, que abastece grande parte da região metropolitana de São Paulo, estima que o “volume útil” de água de todo o Sistema possa se esgotar em quatro meses, que coincide com a Copa do Mundo. Como solução, a Sabesp decidiu utilizar o “volume morto”, uma quantia de água armazenada nas profundidades dos reservatórios.

A medida poderá abastecer 8,8 milhões de pessoas na Grande São Paulo, durante quatro meses. A Sabesp iniciou obras para instalação de 17 bombas que irão captar o volume morto da represa Atibainha. A empresa gastará R$ 80 milhões nas obras civis, compra e instalação das bombas. Para educador ambiental Gustavo Querubina, entrevistado na manhã de hoje (19) pela Rádio Brasil Atual, essa é uma medida de “desespero”, pois esse volume nunca havia sido objeto de atenção para o abastecimento.

Será instalado um sistema semelhante nas represas de Jaguari e Jacareí. A expectativa da Sabesp é retirar cerca de 200 bilhões de litros de água do volume morto dos reservatórios. Mas Querubina considera que não é possível saber como vai funcionar o uso desse recurso. “Qual o tempo de duração dele? Qual é o volume correto que tem disponível dentro do que eles estão chamando de volume morto?”, questionou.

A Sabesp anunciou na última quinta-feira (13), contradizendo a posição do governo do estado de São Paulo de que a medida não seria necessária, redução de 15% do fornecimento para cidades na região metropolitana de São Paulo. Guarulhos está sofrendo racionamento de água em dias alternados – cerca de 850 mil moradores serão afetados pelo rodízio.

Desde o início de fevereiro, 250 mil moradores do município de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, já sofrem com a falta de água. “Quando se chega em uma situação desesperadora como esta que nós estamos vivendo, quem vai sentir mais é justamente aquele que já vem sofrendo a falta de visibilidade”, afirma Querubina.

Ouça a reportagem realizada pela Rádio Brasil Atual: